O Fundo Ver-o-Sol disponibiliza linhas de crédito para trabalhadores formais e informais, sendo de até R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente. Feirantes permissionados da Secretaria Municipal de Economia (Secon) e beneficiados do Programa “Bolsa Família” interessados em empréstimos são dispensados de avalista, mas é necessário estar sem restrições de crédito.
“Os principais obstáculos para o acesso às linhas de crédito são as restrições de crédito e o avalista. Quando a pessoa é aprovada, muitas vezes não consegue indicar um avalista de acordo com o perfil exigido de também estar sem restrições”, explica o agende de crédito do Ver-o-Sol Elias Gomes dos Santos.
A taxa de juros tanto para os permissionados da Secon e dos beneficiados do “Bolsa Família” é de 0,60% ao mês. Para se ter uma idéia, em média, os juros do cartão de crédito é de 14,50% mensal.
“A nossa missão é estimular o empreendedorismo por meio do microcrédito. Essa é a nossa razão de existir. Por isso, os nosso juros são muito mais baixos que o mercado em geral para facilitar o acesso às linhas de crédito e ajudar a transformar de vidas”, ressalta a coordenadora geral do Fundo Ver-o-Sol, Maria de Belém Pereira.
Empréstimos
Com o Círio de Nazaré cada vez mais próximo, o comércio se prepara para a grande procura em todos os segmentos, sobretudo o alimentício. Para os trabalhadores informais, a expectativa é ainda maior. É o caso do Jean da Silva Carvalho, 39, mais conhecido como “Gerre”. Ele atua há dez anos no setor de varejo no Pantanal, bairro do Bengui.
Em 2004, percebeu que na área conhecida como Pantanal havia uma carência de fornecedores de alimentos rápidos e de alta rotatividade, como a farinha, o ovo e a mortadela, mas não tinha dinheiro para investir no seu próprio negócio. Pensava em abrir uma baiuca para venda desses produtos. À época, conseguiu por meio do Fundo Ver-o-Sol um empréstimo de R$ 700. Investiu num mix de dez produtos para começar. De lá pra cá, já está no terceiro empréstimo. E o que começou com apenas dez produtos, hoje possui uma variedade de 400, em um ponto comercial de 63 metros quadrados, com um rendimento médio de R$ 7 mil por mês.
Para outubro, Gerre pretende atingir um incremento de 30% nas vendas. “Vamos investir bastante em bebidas, refrigerantes, água, cerveja, para atender a demandas das festas”, conta.
Já o peixeiro Raimundo Nonato Baia da Silva, 48, da Feira Livre do Maracajá, em Mosqueiro, tem uma meta mais ousada: quer aumenta em 80% as vendas. Em julho, Raimundo também procurou o Fundo Ver-o-Sol. Estava reticente se solicitava ou não o empréstimo por medo de não conseguir arcar com as parcelas. Criou coragem e solicitou R$ 2 mil para ampliar o estoque de peixes. O negócio deu tão certo que este mês ele entrou em contato com o Fundo para pagar o total do empréstimo.
“Nós conseguimos duplicar o dinheiro. Vendíamos uma média de 30 quilos de peixe por dia. Agora, passamos para 80 por dia. Por isso, quero logo pagar tudo e solicitar um novo empréstimo para aumentar em mais 80% as vendas”, afirma Raimundo.
Religioso, Raimundo faz parte do Terço dos Homens da Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e é muito devoto de Nossa Senhora de Nazaré também. Eles está esperançoso porque até dezembro, as expectativas são muito promissoras.
“Depois do Círio de Nazaré, ainda tem mais festividades, com o ponto alto no Círio de Mosqueiro, no dia 12 de dezembro. Vamos nos preparar”, ratifica o peixeiro.
Texto: Ísis Margalho