Dia Mundial do Diabetes visa a prevenção da doença

Uma doença silenciosa que acomete jovens, adultos, idosos e gestantes. Quando os sintomas aparecem, os níveis de açúcar no sangue já estão muito acima do normal, ocasionando inúmeras complicações crônicas, como cegueira, infarto do miocárdio [músculo do coração], problemas na circulação, insuficiência renal e hipertensão arterial. Hoje, 14, no dia Mundial do Diabetes, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) alerta sobre a doença e informa sobre o tratamento disponibilizado na rede, já que de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), havia 14,3 milhões de pessoas vivendo com a patologia no Brasil em 2015, o que representava 9,4% da população. Em pacientes com o diagnóstico precoce, é possível tratar e reduzir o risco de maiores complicações.

A aposentada Maria Estela das Neves, 61, precisou vir de outro município para ser atendida na rede de urgência e emergência da capital paraense pelos problemas provocados pelo diabetes. Ela é oriunda de Abaetetuba e deu entrada no HPSM Mário Pinotti há pouco mais de cinco dias, com um principio de acidente vascular cerebral (AVC). “Descobri o diabetes há pouco mais de dez anos, mas sempre regulei com o tratamento através de remédios, mas com a hipertensão que também pode ser provocada pela diabetes, tive um AVC e vim parar no hospital”, explicou. Após realizar acompanhamento médico ela deve receber alta nos próximos dias e seguir com o tratamento em casa.

Mudanças no estilo de vida e na alimentação podem contribuir para a gestão do diabetes. De acordo com a médica clínica do Mário Pinotti, Dra. Celeste Miralha, o diabético pode aprender a viver bem e diminuir os graves riscos da doença. “O diabetes ocorre por causa da falha de uma célula que passa a não queimar o açúcar do nosso corpo, daí é preciso que o tratamento medicamentoso entre para que ele faça esse papel. O nível de glicose no sangue fica alto – a famosa hiperglicemia. Se esse quadro permanecer por longos períodos, poderá haver danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos”, explica a médica, lembrando ainda que mesmo com os remédios administrados de maneira correta, é preciso que a dieta também faça parte da rotina. “É preciso o acompanhamento com a nutricionista da unidade de saúde para que o diabético corte qualquer coisa com açúcar ou que produza este açúcar”, ressaltou.

A também aposentada Maria Zulmira do Mar Ramos, 74, descobriu o diabetes há quase 20 anos. Ela conta que a dieta contribui bastante para a qualidade de vida que hoje tem. Sem sobremesas, refrigerantes ou qualquer tipo de massa, ela alerta sobre os riscos dos desejos com o açúcar. “O que mais senti falta no início foi da farinha, mas hoje em dia não ingiro nada que sei que vai me fazer mal, não quero nenhuma complicação a mais para minha vida”, completou Zulmira, que faz regularmente o tratamento na Unidade Básica de Saúde (UMS) da Marambaia, em Belém.

É através do HiperDia [programa destinado ao cadastramento e acompanhamento de portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus], que Zulmira recebe o acompanhamento médico e tratamento. A prevenção e tratamento do diabetes é feito diariamente dentro das Unidades Municipais de Saúde (UMS’s) e Estratégias Saúde da Família (ESF’s) por meio do HiperDia. De acordo com relatório de acompanhamentos do E-Sus – Sistema de Informação do Ministério da Saúde, em Belém, mais de 12 mil atendimentos de pessoas com diabetes foram realizados somente este ano.

“O atendimento no programa permite gerar informações para dispensar medicamentos de forma regular e sistematizar todos os pacientes cadastrados. Além das orientações nutricionais e consultas regulares com a equipe multiprofissional nas unidades de saúde, a Sesma também fornece os insumos para o Automonitoramento da Glicemia Capilar (AMGC) aos pacientes insulino-dependentes cadastrados no programa, como glicosímetros, tiras, lancetas e seringas para aplicação de insulinas, conforme preconiza a Portaria Nº 2.583/ 2007”, explica a farmacêutica do programa, Valdenira Gonçalves.

A farmacêutica aproveita para ressaltar que além do acompanhamento ambulatorial, o paciente cadastrado no programa participa de atividades físicas, promovidas pelos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasfs), numa perspectiva da prática de hábitos saudáveis, controle do peso e qualidade de vida.

Texto: Kezia Carvalho

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