O adolescente cadeirante Lukas Kevin Silva Araújo, 12, era só alegria na manhã desta quarta-feira, 25, após receber a primeira dose da vacina Pfizer e espantar o fantasma da Covid-19. A mãe dele, Maria Elielma, contou que o menino estava ansioso e quase não dormiu a noite passada se preparando para encarar o momento tão aguardado. “Ele está muito feliz por que sabe da vacinação”, contou a mãe, que também não escondeu a emoção em presenciar o filho recebendo a primeira dose do imunizante. “É um alívio muito grande”, completou.
A campanha de vacinação dos adolescentes com comorbidade e com deficiência na faixa etária de 12 a 17 anos completos abriu cedo em dois postos de Mosqueiro: as escolas Abel Martins, em Carananduba, e Padre Eduardo, no bairro do Aeroporto. Neste segundo, o atendimento foi tranquilo. Para receber o público especial, a coordenação da campanha decorou o espaço com balões e distribuiu adesivos com o personagem Zé Gotinha. “É uma forma de a gente dizer pra eles o quanto eles são queridos e que a equipe está acolhendo todo mundo com muito amor e carinho”, disse a enfermeira Caroline Silva, da Unidade Especializada em Saúde da Família (ESF/Aeroporto).
A meta da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) era vacinar 15 mil adolescentes no município de Belém com a primeira dose do imunizante da Pfizer. A lista das comordidades cobre 22 situações mediante comprovação por documentos pessoais, além de laudos, atestados, receitas ou ainda cartões de gratuidade no transporte público, carteira da APPD e comprovante do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Todos os 26 pontos de vacinação permanecerão abertos até as 17h desta quarta-feira, 25.
Alívio – A dona de casa Daminiana Reis dos Santos, mãe da adolescente Tamires Victória Reis dos Santos, 17, estava aliviada com a imunização da filha. A moça sofre de alopecia areata universal, uma doença que provoca a queda total ou parcial dos cabelos e dos pelos do corpo e surgiu na menina quando ela tinha onze anos, ou seja, em plena puberdade e com os primeiros ciclos da menstruação. A família perdeu a matriarca para a Covid-19 e ainda sofre muito com a saudade.
“Não é fácil. Eu perdi minha mãe e ainda estou muito triste, mas graças a Deus, minha filha está sendo imunizada, me deixando mais aliviada e mais confiante”, contou Daminiana, que também já recebeu a primeira dose da vacina. “Tô esperando a segunda dose”, completou. A adolescente também estava muito feliz e aliviada ao lado da mãe, que tem outras duas filhas em idades de oito e dois anos. “Tenho fé que toda nossa família será imunizada”, disse a adolescente moradora da Baía do Sol.
As mães de Nicolas Raiol, 17, e Tácila Manuele, 12, as donas de casa Joseli Raiol e Selma Sousa, respectivamente, também estavam ansiosas com a vacinação. O rapaz sofre com distúrbio cerebral que interfere bastante em seu lado emocional, deixando Nicolas sempre de mau humor. “É sempre assim, mas ele é um bom filho”, conta Joseli. “A Tácila é muito tranquila, quase não me dá trabalho”, disse Selma, mãe da adolescente portadora de deficiência física, moradora da comunidade Caruaru, zona rural de Mosqueiro.
Esse grupo foi o primeiro a ser imunizado contra a Covid-19 no posto montado na Escola Padre Eduardo, no bairro do Aeroporto. O local recebeu trezentas doses do imunizante da Pfizer. Além da equipe de vacinação da Sesma, voluntários do Rotaract Mosqueiro também ajudaram na organização do atendimento.
Texto: Selma Amaral