Uma tradição que se perpetua no cenário cultural da cidade de Belém. Assim é o hábito de consumir os perfumes, banhos e ervas medicinais da Amazônia que na época do Círio de Nazaré costuma ter a comercialização intensificada.
O Complexo do Ver-o-Peso, maior feira a céu aberto da cidade de Belém, é uma das referências na comercialização desse tipo de produto, pois conta com um setor específico para isso na feira, conhecido popularmente como “barracas das erveiras”.
“A gente vende muito aqui na época do Círio a copaíba, a andiroba, o mel de abelha, mas também vendemos muitas garrafadas para curar doenças. Pelo Círio quem mais compra as nossas coisas são os turistas que vêm para a festa e adquirem, principalmente, nossos perfumes”, conta Antônia Barros, erveira do Ver-o-Peso há mais de 12 anos, sobre como é a procura no mês de outubro nas barracas das erveiras.
Quem é cliente assídua das simpatias e produtos medicinais das erveiras é a enfermeira Thalia Matos. “É bem forte essa cultura entre nós paraenses, de vir expressar a fé em Nossa Senhora por meio das simpatias feitas aqui nas erveiras. Um banho de cheiro é fundamental no Círio, é algo tradicional na minha família”, explica Thalia que, na manhã desta segunda-feira, 04, garantiu seus banhos na feira do Ver-o-Peso.
Expectativa de vendas – O Círio de Nazaré é uma data muito esperada pelas vendedoras de ervas de toda a cidade por incentivar o sincretismo religioso, o que acaba se transformando em aumento de vendas, como conta a erveira Heloísa Neves. Ela trabalha no complexo do Ver-o-Peso há 30 anos com a venda de produtos medicinais e que está com boas expectativas para as vendas.
"Esperamos que seja uma boa venda esse outubro, como é em todos os anos, apesar do leve aumento que os produtos sofreram principalmente a copaíba e a andiroba, que são muito procurados nesta época do ano”, diz a erveira Heloísa.
O Círio é uma das datas que mais movimenta a venda de ervas, banhos e perfumes no setor das erveiras da feira do Ver-o-Peso, ficando atrás apenas das festas juninas e de final de ano.
Texto: Fabricio Lopes
