"Preservar a cultura faz parte do ideal. Ilha de Caratateua tem formato original. Vem do tupi-guarani. Vocabulário ancestral, próprio daqui. Gravado em nossa memória, como sangue desta veia e com um passado de história. Está escrito lá no mapa e vocês podem confirmar. E só para quem duvidar é que volto a afirmar que essa ilha preferida de Belém do Grão Pará é a Caratateua querida. Digo sem medo de errar".
A poesia do mestre Apolo de Caratateua, um apaixonado pela ilha, percorreu o bosque, na manhã de sábado, 25, durante a programação do Setembro Verde, realizada pela Prefeitura Municipal de Belém, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) na sede da Fundação Escola Bosque, em Outeiro.
Parque recebe produção artística e de alimentos da comunidade de Outeiro
Sob o lema: A escola é um Bosque, o Bosque é da comunidade, a equipe da Funbosque acolheu a comunidade da ilha com uma vasta programação cultural e ecológica durante toda a manhã. A produção de artesãos, agricultores, poetas, contadores de histórias, entre outros, foi apresentada à comunidade e estudantes que participaram do evento.
O presidente da Funbosque, Alickson Lopes, agradeceu aos presentes, incluindo o secretário municipal de Meio Ambiente, Sérgio Brazão, que acompanhou a abertura do parque para a comunidade usufruir da natureza local.
"O espaço onde está inserida a Fundação Escola Bosque é um local de muito carinho, afeto e encontro com a natureza", definiu Lopes.
Atrações variadas e realizadas simultaneamente deram brilho ao momento, com destaque para a Feira de Produtos da Economia Solidária: produção orgânica e artesanal, onde os produtores da ilha tiveram a oportunidade de expor artesanatos, hortaliças, frutas e verduras.
Oportunidade e reconhecimento
José Cleirton Borges Braga é artesão de Outeiro, conhecido popularmente como Jamaica e afirma que o evento deu oportunidade e reconhecimento para os artistas locais. "Achei de uma importância fundamental para a comunidade da ilha, pois a carência de pontos de lazer em nossa cidade é grande, e ainda mais quando essa oportunidade é sem custo, principalmente para as pessoas de baixa renda", ressalta.
Ele enfatiza, que para os artesãos como ele, serem convidados para a programação na Escola Bosque é um ponto muito favorável, pois traz além de reconhecimento, valorização do trabalho.
"Eu, em especial, fiquei encantado com o espaço e muito agradecido pelo convite. Espero que aconteça mais vezes e que eu tenha oportunidade de demonstrar minha arte pra mais gente", afirma.
Música, teatro e contação de histórias
A programação também com muita música, trilhas, peça teatral do Instituto Amigos da Floresta Amazônica (Asflora), além de apresentação do Pássaro Colibri de Outeiro, Grupo Folclórico Jurupari, trilhas no bosque, degustação de plantas e flores comestíveis no Ecomuseu da Amazônia da Funbosque, entre outras atividades.
A contação de história pela artista Joana Chagas foi um sucesso com a criançada que foi levada pelos pais para participarem da manhã no parque da Funbosque.
Os músicos Raule Assunção e Anselmo Borges animaram o evento com muita música e os artistas plásticos, Luiz Cláudio Negrão e Francilene Monteiro, animou a garotada e adultos com a arte de pintura no rosto.
A abertura da Funbosque como parque, de acordo com Alickson Lopes, foi um dia histórico, pois o local estava há muito tempo sem receber a comunidade.
Texto: Rita Ribeiro
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								