Tiago Silva é um dos quase 120 alunos que estudou na Casa Escola da Pesca, em Outeiro. Aos 19 anos, ele está prestes a concluir o ensino médio e se formar como técnico em pesca. Mas, quem conhece Tiago Silva, hoje, não imagina o que ele enfrentou no passado.
Cinco anos atrás, o jovem estava envolvido com más companhias e preocupava a mãe, Rosilda. “Eu dava muito trabalho pra ela, comecei a fazer coisas erradas e isso a deixava muito triste”, conta.
Quando chegou à Escola da Pesca, Tiago achou que não se adequaria ao local. “Era totalmente diferente do estilo de vida que eu levava”, explica. Porém, a oportunidade de conhecer garotos com histórias de vida semelhante, fez com que ele se integrasse as atividades da escola e começasse a se destacar. Hoje, na reta final do curso, Tiago é o presidente da turma e grande exemplo para os demais.
Segundo a diretora da Casa Escola da Pesca, Maria de Fátima Seabra, grande parte do trabalho bem sucedido da escola se deve ao apoio de mães como Dona Rosilda, mãe de Tiago, que acreditou no projeto e incentivou o filho. E para homenagear essas mães, os colaboradores e alunos da escola, montaram uma programação especial nesta sexta-feira, 15, com jogos, sorteios de brindes, bingo e muitas brincadeiras.
Para a programação ficar ainda mais bonita, a Prefeitura de Belém, através da Secretaria Municipal de Educação (Semec), realizou a entrega de 26 bicicletas para os estudantes da Casa Escola da Pesca, para facilitar a locomoção dos garotos para a escola.
O projeto – A Casa Escola da Pesca surgiu em abril de 2008. Foi fundada com o objetivo social de formar alunos para promover o desenvolvimento pessoal e profissional. A escola conta com 16 professores que, além de ensinar, também educam os jovens para a vida.
Na casa, eles têm acesso ao ensino fundamental e médio, incluindo aulas de inglês e espanhol, assim como o curso técnico para entrar no mercado de trabalho. Durante 15 dias, os jovens, que moram em municípios distantes, ficam alojados no local para estudar e adquirir conhecimento sobre pesca. Após esse período, eles voltam para suas casas para reencontrar a família e retornam depois de mais 15 dias.
Além da educação, os jovens recebem acompanhamento psicológico para desenvolver o autoconhecimento e responsabilidade. É realizado, também, o Projeto Profissional de Vida do Aluno (PPVA), uma proposta utilizada para traçar estratégias voltadas para o negócio.
“O diferencial da escola é que nós desenvolvemos os jovens para trabalharem em empresas, mas também para aprender sobre empreendedorismo, ou seja, para que sejam pessoas de negócio”, afirma a diretora da Casa Escola da Pesca, Maria de Fátima Seabra.
Texto: Ewelin Gamelas