Com o tema “Belém, um mergulho nas memórias e diversidade cultural!”, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Prof. Walter Leite Caminha, localizada no bairro do Mangueirão realizou nesta quarta-feira, 30, a 7ª edição do Regatão Cultural para encerrar o semestre letivo. A programação contou com participação do Dj. Juninho Pop e autor Beto Siqueira, e foi transmitida pelo canal da escola no YouTube.
A diretora da escola, Regeane Esteves, deu as boas-vindas lembrando que a unidade educativa tem uma equipe bem envolvida, que durante a pandemia, buscou estratégias para atender aos alunos. Ela também registrou que a live também foi uma homenagem aos profissionais da educação, vítimas da covid-19.
Projeto – A professora Ana Lúcia Piedade, uma das organizadoras do encontro , conta que o projeto iniciou em 2013 na semana do folclore e acabou ampliando o evento com vários outros desenvolvidos durante o ano na escola.
“Regatão é uma espécie de comerciante da nossa região que navega pelas cidades ribeirinhas levando uma variedade de produtos até as comunidades mais distantes. E o nosso Regatão Cultural traz essa variedade de manifestações culturais e hoje temos o Dj Juninho Pop, da aparelhagem Super Pop e o professor Beto Siqueira, escritor e autor de músicas regionais”, disse a professora que também apresentou durante a live o trabalho de pesquisa dos alunos.
Convidados – A professora Roseni Sales, da biblioteca escolar “Maria da Paz” inciou o bate-papo com o Dj. Juninho Pop. “Estou feliz de participar do Regatão Cultural. Sempre digo que a história de aparelhagem deve ser vivida à flor da pele. A gente depende do financeiro, mas coloco em primeiro plano o amor em ver as pessoas se divertindo”, conta Juninho Pop, que herdou aos 14 anos a aparelhagem Super Pop, criada em 1987, pelo seu pai, na época Dj, ou melhor, controlista, como se chamava. A águia de fogo foi o símbolo escolhido pela aparelhagem para representar a liberdade e o espírito de luta e vitória.
Ele destaca que vem de família de origem evangélica e ao final do show não pode deixar de gritar: “Obrigado meu Deus!”. “Com muita luta o negócio vingou, mas 1998, tive uma estafa física e emocional, um transtorno de ansiedade. Passava muitas noites gravando. E quem assumiu foi o Elison, meu irmão, que hoje faz dupla comigo, um sucesso”, conta o dj, ressaltando aos alunos que é o preciso sempre se dedicar aos estudos.
A aparelhagem é uma manifestação cultural genuinamente paraense e que está sendo exportada para outros estados brasileiros. Juninho Pop recorda que na primeira gestão do prefeito Edmilson Rodrigues houve um festival de aparelhagem na cidade.
Outro convidado foi o escritor paraense, Beto Siqueira, professor de Arte na Escola Theodor Badoti, no Tenoné. Ele é autor do livro “Chuvas do meu Pará”, desenvolvido nas aulas de música, em 2019, com letras de músicas de carimbó. A professora Roseni Sales trabalhou o livro ao longo do semestre com seus alunos.
“A música entrou na minha vida ainda na escola na feira da cultura. Eu sempre escrevi e é muito gratificante para nós educadores criar um livro e as crianças gostarem. Elas são bem sinceras, quando a criança diz que está gostando é porque o livro despertou aquele gostar da literatura. Foi a primeira experiência na literatura infantil e me encorajou a fazer outros sobre a Marujada de Bragança, manifestação secular, homenagem a São Benedito”, conta o professor.
O escritor traz diversas expressões populares como “Corre sumano, que lá vem ela” para resgatar da linguagem local, assim como outras situações vivenciadas com a chuva da região, conscientizando para a preservação ambiental.
No decorrer da live foram exibidos os trabalhos de pesquisa dos alunos sobre outras aparelhagens, banhos de cheiros, boi pavulagem, danças juninas e outros. Muitos alunos também interagiram com os convidados por meio do chat e vídeos enviados à professora.Ao final, o professor Luís Carlos Nascimento homenageou os professores da escola, vítimas da Covid-19, relembrando a dedicação à profissão e histórias vividas na unidade escolar, entre eles, a professora Araci Elias dos Reis e professor Emir Veloso.
Texto: Tábita Oliveira
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								