Concentração, atenção e o olhar atento em busca do conhecimento. A dona de casa Keila Lima, de 36 anos, encontrou no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do bairro do Tapanã, o artesanato, tarefa que, a partir de agora, vai ajudar ela e toda a família.
"Eu não tinha noção do que a gente pode reaproveitar, do que a gente pode fazer em casa. O mais interessante é que isso gera uma fonte de renda para mim e para minha família. Tudo isso tá me beneficiando muito e estou adorando fazer parte desse trabalho", contou a dona de casa, que é mãe de duas filhas.
A usuária participou do Curso de Flores e Cactos Artificiais, por meio do Curso de Artesanato do CRAS Tapanã. As aulas começaram no último dia 3 de setembro e encerraram nesta sexta-feira, 13. A ideia foi trabalhar a confecção de vasos de flores e berlinda, para que nessa época do Círio, isso se torne uma fonte de renda para as alunas que participaram das oficinas. Ao todo, foram 100 participantes, entre homens e mulheres de todas as idades que, além do conhecimento encontraram uma nova forma de ganhar dinheiro.
"Se antes eu não tinha noção, agora eu aprendi e já tá me beneficiando muito, pois eu já recebi encomendas para fazer alguns trabalhos. Agora eu posso fazer o meu próprio trabalho em casa. Esses cursos são muito importantes para a comunidade e para quem recebe Bolsa Família ter uma renda extra. É uma forma de quebrar barreiras", afirmou a dona de casa.
O material oferecido para o curso é totalmente gratuito e as usuárias fizeram as inscrições com a assistência social do espaço. A intenção é que elas tenham uma formação para geração de renda para toda família. E os resultados das oficinas foram inúmeros.
"Esse curso foi muito importante, pois muitas pessoas que participaram do projeto não sabiam nem da função do CRAS e a intenção também era que essas pessoas ficassem conhecendo o trabalho do espaço. Elas ficaram sabendo que aqui elas podem ser atendidas, que aqui tem assistente social, tem psicóloga e tem uma equipe que cuida da questão do fortalecimento de vínculos com as crianças e adolescentes”, comentou Siane Silva, arte educadora do CRAS.
“Um dos resultados do curso foi a inscrição de mais 30 mulheres no CRAS, que não sabiam da existência do espaço e hoje fazem parte dos nossos atendimentos", completou.
Há 10 anos como instrutor de cursos de artesanatos, o professor Altieres da Silva Xavier, reconhece o curso como a formação de profissionais e produção de mão-de-obra na área do artesanato para as pessoas que estão buscando uma oportunidade.
"Quero agradecer a Prefeitura de Belém pela abertura do espaço para esse trabalho, pois o curso vem trazer uma esperança, uma expectativa de qualidade vida. Essa é uma área que visa a complementação de renda, que visa tirar, muitas vezes, as pessoas da miséria. Mas também para todas as pessoas que são interessadas em ter uma renda extra, em trabalhar em casa nas horas vagas", disse Altieres.
Para muitos uma descoberta, para outros uma forma de mais aprendizado e aprimorar os conhecimentos. É o caso da dona de casa Livia Maria, de 36 anos, "Eu vim fazer o cadastramento do Bolsa Família aí fiquei sabendo do curso, vim conhecer e gostei. Como antes eu já fazia vasos de cimento, esse trabalho me fez ter muitas ideias. Foi muito importante para eu aprender mais e mais, por isso saio daqui como uma nova profissional", contou Livia.
Atendimento- O CRAS Tapanã atendeu de janeiro a agosto deste ano mais de 7 mil pessoas, sendo cerca de mil pessoas só no mês de agosto. O órgão faz vários tipos de atendimentos, entre eles estão: o acompanhamento das famílias em situação de risco de vulnerabilidade social, Serviço de Proteção Atendimento Integral a Família (PAIF) e o Cadastro único.
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Texto: Andrey Araújo
