Há 15 anos o Hospital de Pronto-Socorro Humberto Maradei Pereira, comumente conhecido como o “PS do Guamá”, é uma das principais portas de entrada da urgência e emergência em Belém. Mensalmente, cerca de 12 mil pessoas passam pelo hospital em busca de atendimento para as mais diversas situações de urgência e emergência. De um simples resfriado a uma complexa cirurgia vascular, o hospital funciona de portas abertas para prestação de atendimento contínuo à população.

Nesta quarta-feira, 29, o hospital completa 15 anos de desafios e de engajamento de uma equipe de profissionais que quer sempre fazer o melhor. Rui Nivaldo Neves, 52 anos, auxiliar administrativo que atua na farmácia do HPSM, foi um dos primeiros servidores. “Cheguei aqui antes da inauguração”, conta. Em todos esses anos, ele coleciona histórias de gratidão e envolvimento com os pacientes. “Apesar da nossa grande demanda e a mídia todo tempo na nossa porta, nós procuramos sempre fazer um bom serviço, com dedicação para fazer a diferença na vida das pessoas”, diz.

Rui lembra que inúmeros pacientes formalizam a gratidão pelo atendimento com cartas entregues na direção ou expressam o agradecimento na forma de um abraço. “No período do incidente do HPSM da 14, que foi o mais desafiador para nós, um rapaz agradeceu o atendimento dispensado ao seu avô. Foi uma coisa legal, uma motivação. Outra vez uma moça do interior veio para cá e conseguimos a transferência dela para um hospital adequado ao problema dela. Como ela ficou com uma pendência de documento, o pai dela precisou vir aqui e me perguntou se ela poderia voltar para cá porque o atendimento era melhor”, lembra Rui.

A servidora Vera Araújo, 35 anos, também recorda de várias histórias, entre elas a vez que foi abraçada por uma estranha na rua, que agradeceu o apoio dado durante a internação no HPSM. “Não consegui lembrar dela, mas foi gratificante saber que contribui com aquela pessoa. Muitas vezes procuramos ajudar as pessoas que estão aqui, facilitando um pouco a vida delas”, conta Vera, que já trabalhou em diversos setores do hospital e desde 2001 está no raio-x.

Atualmente, 900 servidores atuam nas diversas frentes do HPSM do Guamá em três turnos. O hospital funciona com 68 leitos, uma unidade de reanimação, duas salas de cirurgias, um Centro de Terapia Intensiva, raio-x, laboratório e ultrassom. Atende casos de clínica médica e pediatria, cirurgia geral, neurologia clínica, cirurgia vascular e traumatologia. Tem ainda os serviços de enfermagem, nutrição, psicossocial, farmácia, agência transfusional e um centro de estudos.

A técnica de enfermagem Áurea Silva, 55 anos, lembra que antes da inauguração do hospital, os servidores passaram nove meses imersos no HPSM Mário Pinotti para que pudessem entender a rotina de um pronto-socorro e o sistema de seleção conforme a urgência, que seria implantado. “Mas, logo que o Guamá começou a funcionar, a demanda de pessoas aumentava a cada dia e a proposta inicial foi esquecida e passamos a atender outros casos. Mas procuramos sempre desempenhar o trabalho com dedicação, independente da situação. Em um momento atípico, como o incidente da 14, a união de todos foi fundamental para passar por aquele momento. Eu gosto muito desse serviço e hoje o trabalho é possível porque temos uma gestão que anda lado a lado com a gente. Sou grata em participar desta história”, garante.

Nestes 15 anos de HPSM do Guamá, quem também declara seu amor pelo trabalho é Nilza Campos, 42, auxiliar administrativo do setor de Recursos Humanos, que entrou no hospital aos 27 anos. Neste período, ela coleciona elogios e títulos de funcionária de excelência. “São anos de diversas experiências, de amizades, de promoção de pequenos eventos que fortalecem a união. Nossa expectativa é que o hospital continue funcionando e que sempre tenha a proposta de atender cada vez melhor”, afirma Nilza.

Diretor em exercício do HPSM do Guamá, Adson Rodrigues, também está há 15 anos no hospital. Ele destaca a evolução dos serviços e os desafios que ainda devem ser vencidos, entre eles, a grande demanda de pacientes vindos de outros municípios, o que hoje corresponde a 40% dos atendimentos do Guamá. “Nossa mensagem é sempre de esperança. Nós que estamos desde o início já passamos por todos os tipos de adversidades. Nosso grande diferencial é o profissional que aqui trabalha. São pessoas que se doam, que buscam fazer o melhor”, avalia.

Adson destaca a ativação do serviço de cirurgia vascular como um dos principais avanços, principalmente porque o hospital recebe muitos pacientes com doenças crônico-degenerativas, como diabetes e hipertensão, que podem causar problemas vasculares. Nos casos de pessoas com pé diabético, a intervenção cirúrgica, quando há indicação, é feita imediatamente.

Renovação

A reforma do prédio, iniciada em fevereiro de 2016, também é uma força para a evolução do hospital. O investimento inicial de quase R$ 900 mil, custeados com recursos do tesouro municipal, resultará na ampliação do hospital, que irá ganhar mais quatro salas de enfermaria, além da expansão da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto, sala de repouso médico masculino e feminino, sala de tomografia e outras adequações na parte estrutural. “O tomógrafo vai ser um dos novos serviços e vai melhorar ainda mais o nosso atendimento. Isso reflete na assistência e no usuário. Parabéns aos nossos servidores que são compromissados com este serviço e se empenham na missão de salvar vidas”, destaca Adson.

Para o secretário municipal de Saúde, Sérgio Figueiredo, o HPSM do Guamá tem muitos desafios a serem vencidos, mas a gestão tem trabalhado continuamente para a prestação de serviços de saúde com dignidade para a população. “A saúde passou anos sem grandes investimentos e hoje estamos recuperando toda a nossa estrutura. O Guamá nos deu um suporte de valor inestimável durante o incidente do Mário Pinotti e só posso agradecer a cada servidor pela dedicação e competência ao realizar os atendimentos do hospital, sem esmorecer nas dificuldades e sempre disposto a fazer o melhor por quem precisa”, afirma o titular da Sesma.

Nesta quarta-feira, 29, um ato ecumênico marcará os 15 anos do hospital. Já no dia 1º julho, uma comemoração solene no Cassazum será realizada para homenagear todos os profissionais de saúde que diariamente se dedicam ao serviço de urgência e emergência, com responsabilidade e competência. A programação não afetará a rotina do hospital, que estará em funcionamento normal, seguindo rumo a muito mais anos de prestação de serviços à população.

Texto: Paula Barbosa