A partir desta quarta-feira, 16, o HPSM Mário Pinotti inicia o atendimento de urgência e emergência à população. A reabertura das portas ao público vai coincidir com o início do primeiro plantão de urgência e emergência nessa nova fase do hospital, às 7h.
O novo pronto socorro foi inaugurado no dia 25 de fevereiro e passou por um período de desinfecção conforme prevê a Vigilância Sanitária. Desde o último dia 02, o hospital tem recebido apenas os pacientes transferidos do HPSM Humberto Maradei Pereira, começando assim a desafogar o hospital localizado no bairro do Guamá.
Até o momento mais de 100 pacientes já foram transferidos para o PSM da 14 de março, que conta agora com 220 leitos, UTI pediátrica e três centros cirúrgicos com capacidade para realizar até 600 cirurgias por mês. A Secretaria Municipal de Saúde estima que, em média, 600 pessoas passem pelo hospital diariamente. Antes da reconstrução do prédio os atendimentos giravam em torno de 450 pacientes/dia.
Diante da demanda crescente em busca dos serviços do novo Pronto Socorro a Sesma esclarece que a unidade é voltada para os chamados casos de alta complexidade como asma grave, perda da consciência, facadas, baleamentos, fraturas, suspeita de infarto e crises hipertensivas de difícil controle.
Atualmente, dos atendimentos realizados nos Hospitais de Pronto-Socorro e Unidade de Pronto Atendimento (UPA), 70% dos diagnósticos são causas evitáveis de internação, segundo levantamento feito pela Sesma, com base nos sistemas de entrada de pacientes nos estabelecimentos de saúde do município.
Mas então, o que deve ser atendido nos hospitais e/ou nas UPAs?”. A questão é levantada pela auxiliar de serviços gerais, Raimunda Ferreira, 56 anos. Para ela, nas situações de “agonia” é mais fácil lembrar do HPSM. “Quando estamos nervosos, só lembramos do pronto-socorro. Muita vezes quando tenho dor de cabeça vou na unidade de saúde da Pedreira ou da Sacramenta, que ficam perto da minha casa e onde consigo ser bem atendida. Mas ainda assim fico na dúvida se devo ir lá”, conta.
Situações de baixa complexidade de saúde, como crises respiratórias leves, processos alérgicos, lesões inflamatórias, curativos de qualquer espécie e ferimentos em geral, são alguns dos casos que podem ser atendidos nas onze (11) Unidades Municipais de Saúde que atendem urgência e emergência básica (Telégrafo, Outeiro, Benguí I, Icoaraci, Carananduba, Baía do Sol, Sacramenta, Marambaia, Jurunas, Tapanã e Cotijuba).
Além dessas situações, casos de alteração de pressão arterial, febre alta e fraturas podem ser atendidos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA). Em Belém, a UPA de Icoaraci está em pleno funcionamento para os casos de média complexidade. Ainda este ano devem funcionar as UPAs do Jurunas, Marambaia, Sacramenta e Terra Firme.
De acordo com o diretor do Departamento de Urgência e Emergência da Sesma, Ivison Carvalho, a procura do estabelecimento de saúde adequado para a necessidade do paciente ajuda a evitar o excesso de demandas de casos simples no atendimento médico especializado. “Assim, descongestionamos as equipes com doenças sem maior gravidade, em favor dos pacientes em real situação de emergência e risco de morte, carentes de cuidados intensivos, que estão dentro do perfil de atendimento dos hospitais de pronto-socorro”, esclarece.
Outras situações que não se encaixem no perfil de urgência e emergência, como atualização do calendário de vacinas, controle da pressão arterial e do diabetes, exames de rotina e consultas médicas, podem ser atendidas diariamente dentro das Unidades Municipais de Saúde ou Unidades Saúde da Família.
Para a diretora do Departamento de Ações em Saúde da Sesma, Carlene Castro, esclarecer a população sobre o que pode ser atendido em cada estabelecimento de saúde é fortalecer os fluxos da rede e garantir o atendimento adequado para cada situação.
“As unidades de saúde da Atenção Básica estão localizadas nos bairros para atender a população nas suas necessidades do dia-a-dia, tendo em vista a prevenção de doenças e o incentivo a uma vida saudável”, destaca.
Nas UMSs são oferecidos serviços de pré-natal, prevenção do câncer de colo de útero, saúde do idoso, odontologia, nutrição, vacinação, consultas com clínico geral, ginecologista e pediatra, exames básicos, entre outros. “Em casos em que o usuário necessita de um atendimento mais especializado, encaminhamos para a regulação do município, que faz o agendamento dentro da rede conveniada”, explica Carlene.
O secretário municipal de Saúde, Sérgio Figueiredo, garante que a secretaria vai iniciar um trabalho de conscientização para que as pessoas procurem as unidades conforme a sua necessidade. “A diferenciação do que cabe à Atenção Básica e à rede de urgência e emergência é fundamental para que o atendimento seja ágil, de qualidade e humanizado. Por isso, estamos reformulando nosso atendimento e vamos iniciar uma campanha de esclarecimento para que cada morador de Belém saiba para onde se dirigir num momento em que precisar de um serviço de saúde”, destaca.
Baixa complexidade
O atendimento de baixa complexidade é realizado em 11 Unidades Municipais de Saúde com Urgência e Emergência Básica : Telégrafo, Outeiro, Benguí I, Icoaraci, Carananduba, Baía do Sol, Sacramenta, Marambaia, Jurunas, Tapanã e Cotijuba
Em que casos procurar?
Crises respiratórias leves, reação alérgica, processos inflamatórios, curativos de qualquer espécie (somente nas UMSs Benguí, Tapanã e Carananduba, de segunda a sexta pela manhã e à tarde e sábados e domingo pela manhã), ferimentos gerais, quadros e sintomas gripais (febre, tosse, coriza, mal estar, dores no corpo), náuseas, vômitos, dores em geral, alteração de pressão arterial, procedimentos ambulatoriais (troca de sondas), drenagem de abscessos em geral, entre outros.
Média complexidade
Atendimento na Unidade de Pronto Atendimento – UPA de Icoaraci e Hospital Geral de Mosqueiro.
Em que casos procurar?
Alteração de pressão arterial, febre alta, processos traumáticos (quedas, entorses, torções e fraturas), dores intensas, hiperglicemia, falta de ar intensa, alterações do nível de consciência, dores no peito, sangramentos, cortes,mordedura de animais.
Alta complexidade
Atendimento nos HPSMs do Guamá e Umarizal.
Asma grave, perda da consciência, facadas, baleamentos, fraturas, suspeita de infarto, crises hipertensivas de difícil controle.
*Com colaboração de Kezia Carvalho.
Texto: Paula Barbosa