Merenda escolar é exemplo no Dia Nacional da Saúde e Nutrição

Jonas Silva, de 7 anos, é aluno do segundo ano na Escola Municipal Parque Bolonha, localizada no bairro de Águas Lindas. Todos os dias, chega às sete da manhã para as aulas e, segundo a mãe, Tatiana Silva, o café da manhã não é um habito da família. “Não gosto que o Jonas falte aula, pois, é na escola que ele come dignamente”, revela a mãe que lamenta não poder oferecer ao filho alimentação adequada para as necessidades de desenvolvimento do menino.

“Eu gosto de comer bolinho de carne com feijão e tomar iogurte no lanche. Eu nunca tinha tomado iogurte de morango antes”, conta o garoto entusiasmado. Jonas é um dos 3 mil alunos da região das ilhas ou bairros com elevado índice de pobreza assistidos com café da manhã nas escolas municipais de Belém. As unidades de tempo integral garantem o café, lanche, almoço, lanche da tarde e jantar ao término das atividades.

Com a inclusão do café da manhã, os estudantes chegam a realizar até 5 refeições diárias na própria escola. “Sabemos que o consumo regular de um café da manhã balanceado melhora a capacidade de concentração e deixa as crianças mais dispostas para aprender. Por conta disso, incluímos o café da manhã nas refeições escolar”, explicou Carmem Brandão, Nutricionista da Fmae, que recebe o retorno da escola sobre a melhoria do desempenho dos alunos.

Essa é uma das principais comemorações da equipe de nutricionistas da Fundação Municipal de Assistência ao Estudante (Fmae) deste 31 de março, Dia Nacional da Saúde e Nutrição. A data faz parte do calendário do Ministério da Saúde com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da boa alimentação para a saúde e qualidade de vida das pessoas.

Os nutricionistas da Fmae são os responsáveis pela composição do cardápio balanceado da merenda escolar do município. Desde 2013 a equipe intensificou os esforços e a alimentação oferecida aos 70 mil alunos da rede já superou a média de necessidades nutricionais recomendada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Para garantir a qualidade da alimentação, as escolas recebem, de forma intensiva, produtos oriundos da agricultura familiar, que são livres de agrotóxicos. Os 8 nutricionistas e 6 profissionais de apoio do programa de alimentação escolar testam receitas, supervisionam a alimentação, verificam quantidades e orientam as compras e preparação dos gêneros alimentícios.

“O cardápio da alimentação escolar é elaborado por uma equipe de nutricionistas respeitando as preferências, hábitos e a cultura alimentar da localidade com uma alimentação saudável e adequada para cada faixa etária”, explica o presidente da Fmae, Walmir Moraes.

Dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito do Programa Nacional de Assistência ao Estudante (Pnae), no mínimo 30% devem ser utilizados na aquisição de gêneros produzidos pela agricultura familiar. A Fmae já utiliza 39% desse recurso. Além disso, as escolas recebem carnes bovinas, de frango e de peixe, sardinhas, ovos, pão, fígado, variados tipos de mingau, iogurte, batidas de frutas, biscoito e achocolatados, entre outros.

Diabetes

Os alunos que possuem diabetes recebem cardápio diferenciado. A alimentação é definida de acordo com laudo e receituário médicos encaminhados à equipe de nutrição da Fmae.

Alunos portadores da diabetes possuem cardápio com base em alimentos ricos em amido e carboidrato. A alimentação recebe ênfase na inclusão de frutas, por conta dos quantitativos de fibras e restrição do açúcar simples.

“O cardápio dos portadores de diabetes é uma adaptação à exigência médica. Portanto, as batidas de frutas consumidas, bem como os mingaus, os sucos, entre outros, não são adoçados com açúcar simples e sim com adoçantes. A sopa de legumes é outro exemplo, pois não contém massa. O leite usado na dieta é do tipo desnatado”, detalha Carmem Brandão.

Texto: Jolse Quinto

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