Representantes do Ministério da Saúde estiveram em Belém no fim de semana para acompanhar de perto o resultado de um projeto pioneiro no tratamento da Tuberculose em pessoas em situação de rua. O trabalho integraliza as políticas de saúde e assistência social, assegurando diagnóstico, tratamento e acompanhamento intensivo dessa população, pela Prefeitura de Belém, por meio da Referência Técnica de Tuberculose e Hanseníase da Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a Funpapa.
De acordo com coordenadora municipal da Referência Técnica, Emanuele Cordeiro Chaves, o Ministério da Saúde realizou a proposta para que Belém pudesse planejar e desenvolver projetos de ações contingenciais para o controle da tuberculose e, a partir das demandas da assistência social, foi estabelecida a 'Rede Integrada entre Assistência Social e Assistência à saúde para o controle da tuberculose'. “Nós estamos trabalhando com uma população diferenciada e, desta forma, as estratégias de cuidado também precisam ser diferenciadas, por isso, nós nos juntamos para poder tratar com qualidade a saúde dessas pessoas”, ressaltou Emanuele.
A partir da proposta de integralização os profissionais da Funpapa receberam qualificação para agregar a assistência social com a assistência em saúde no controle da tuberculose. A prefeitura também promoveu conversas entre as equipes para que os profissionais envolvidos pudessem conhecer as peculiaridades do trabalho de cada um e discutir como a proposta poderia ser executada. “A equipe de TB foi lá, fez uma oficina de sensibilização, tirou todas as dúvidas e, naquele momento, foram pactuadas estratégias com os serviços da Funpapa de como poderia funcionar o programa de forma compartilhada em que os dois pudessem participar. É uma experiência que está dando muito certo”, frisou a coordenadora.
Para a técnica do Ministério da Saúde, Vânia Camargo da Costa, a articulação técnica entre a política de saúde e a política de assistência social é o diferencial da experiência em Belém. “Mostra o comprometimento da saúde e da assistência social aqui em Belém. Esse é um público que tradicionalmente e historicamente sofre muita discriminação, violência e por vezes são privados de seus direitos, mas essas políticas entendem que essa população tem direitos sim e tem quem cuide da saúde e proteção social, que é o que está acontecendo agora com a execução desse projeto”, avaliou.
O titular da Sesma, Sérgio Amorim, ressaltou que a avaliação positiva do Ministério da Saúde só tende a fortalecer a rede montada para esse projeto. “Segundo o ministério esse é um trabalho pioneiro no Brasil, por tratar o indivíduo em sua integralidade. Nós entendemos que muitas vezes não é atrativo à pessoa em situação de rua ir até a unidade de saúde. Contudo, o individuo precisava ser atendido em todas as suas necessidades e, para isso, estabeleceu-se essa parceria, que permite o atendimento compartilhado do usuário pela assistência à saúde e assistência social”, destacou.
Texto: Kezia Carvalho
