Moradores da Vila da Bacabeira, em Mosqueiro, são beneficiados por obras de saneamento

Quase todos os dias, o auxiliar de serviços gerais Leudemar Oliveira enfrenta uma rotina árdua para sair da vila onde mora, na pequena comunidade de Bacabeira, na ilha do Mosqueiro. A família de Leudemar é uma das 300 que vivem no pequeno vilarejo, de seis quilômetros, próximo à rodovia PA-391, e sofrem constantemente com o trajeto coberto por areia fina, que atinge, em média, 1 metro de altura.

“Quando estamos no verão, a areia fofa impede que bicicletas, motos, carros e, principalmente, o ônibus escolar passe. Já ficamos quase dez dias sem aula na unidade pedagógica por conta disso. E, com as chuvas, o igarapé passa pelo ramal, complicando ainda mais nosso percurso”, afirma a coordenadora da unidade pedagógica da Bacabeira, Mônica Castro.

Leudemar é pai de cinco filhos e, três deles estudam na Unidade Pedagógica da Bacabeira, Natã de 10 anos, Leudiane, de 8, e a pequena Eliene de 6 anos. “Agradeço a Deus porque a escola é quase ao lado de casa, mas, quando a gente precisa ir até Mosqueiro, por exemplo, as crianças não dão conta. Quando não vamos de bicicleta, o trajeto é feito a pé, e eles não aguentam”, explica o pai, que precisa caminhar os seis quilômetros do ramal.

Com o objetivo de mudar a realidade de quem vive ou trabalha na região, a Prefeitura Municipal de Belém (PMB), por meio da Agência Distrital de Mosqueiro (Admos), iniciou uma obra de saneamento na principal via de acesso à Bacabeira, e também, na Vila de Tuturí, que somam doze quilômetros de obras.

“Contamos, também, com apoio da Prefeitura de Santa Bárbara, para realizar o trabalho de saneamento da via. Estamos realizando a raspagem da areia, inserindo os tubos para drenagem e, em seguida, despejamos a piçarra para fortalecer o solo, deixando-o rígido”, explica o Agente Distrital de Mosqueiro, Benedito Cavallero.

Para a professora Judith Lopes, que mora em Belém, e sai todos os dias da sua casa às 6h para dar aulas na ilha, a melhoria do ramal será um benefício para todos. “No período em que o esporte escolar não consegue chegar até a unidade, venho de ônibus e desço na ponte para pegar a embarcação que nos deixa no trapiche da vila. Com a via pronta, certamente o trabalho que desenvolvemos será ainda mais prazeroso”, destaca.

Nascida e criada na comunidade de Bacabeira, a vendedora autônoma Maria Luiza Marques, de 63 anos, faz o trajeto quatro vezes por semana, em uma hora de caminhada. “Fazer essa caminhada não é novidade, mas chegar até a minha casa usando um transporte vai ser maravilhoso”, comemora.

Segundo ela, que trabalha em uma pequena venda no local, o trabalho a partir de agora vai ser bem mais tranquilo. “Eu vou poder ir e vir sem o desgaste de caminhar debaixo de sol”, ressalta.

As obras contam com o apoio da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) e têm previsão de conclusão até a segunda quinzena de dezembro.

Texto: Karla Pereira

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