“Memórias indígenas: Que memórias a história tem construído? História, Historiografia e Ensino de História”. Esse foi o tema da palestra realizada nesta terça-feira, 22, segundo dia da Primavera dos Museus no Museu de Arte de Belém (Mabe). Estudantes universitários e do Ensino Médio participaram do evento.
O palestrante e professor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Rafael Santos, falou sobre como a identidade indígena foi suprimida e, de certa forma, excluída da história, através da “simplificação” desse povo e da desvalorização da sua multiplicidade cultural. “Hoje, estamos discutindo sobre qual lugar foi dado ao índio na historiografia brasileira, tanto com o nível básico quanto com o nível acadêmico”.
Segundo o professor, a participação dos alunos do ensino básico foi fundamental, pois, através do debate é possível criar uma nova história indígena e pensar esse grupo como protagonista da história brasileira. “Na educação básica ainda existem estereótipos equivocados, como o que diz que para ser índio é preciso viver na floresta, andar nu, viver da caça e pesca. Então, o objetivo aqui é justamente desconstruir esses estereótipos”.
Para o estudante de História de uma faculdade particular de Belém, Leon Souza, de 23 anos, a atividade foi muito enriquecedora. “Ainda há pouco material produzido sobre a cultura indígena, então tudo o que está sendo explicado aqui veio para somar. Sempre é bom buscar esse tipo de conhecimento para entendermos melhor a nossa própria cultura”, enfatizou.
O também estudante de História, Ronald Quadros, de 22 anos, acredita que a palestra foi essencial para os alunos do ensino básico. “Às vezes, o ensino dado nas escolas e até mesmo na faculdade é falho. Essa palestra veio para desmistificar a cultura indígena, que é transmitida de forma errada em alguns livros didáticos”, avaliou.
A programação da 9ª Primavera dos Museus segue até sexta-feira, 26, no Mabe, que fica localizado no Palácio Antônio Lemos. A entrada para os eventos, que acontecem pela manhã, é gratuita.
Texto: Bruno Menezes
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								