Um dos moradores mais conhecidos do Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves, o peixe-boi-da-amazônia, completou 58 anos nesta segunda-feira, 22, quando também se comemora o Dia Nacional de Defesa da Fauna. Mais antigo animal da espécie criado em cativeiro e exposto à visitação em zoológicos brasileiros, o peixe-boi é chamando carinhosamente de “Kajuru” pelos funcionários do Bosque.
O animal chegou ainda muito jovem ao bosque, onde é uma das principais atrações entre os visitantes. “É fácil perceber o quanto ele chama a atenção pelo número de pessoas que circulam próximo ao tanque onde ele vive, especialmente aos finais de semana. As pessoas ficam esperando o momento em que ele coloca a cabeça para fora da água para respirar, pra vê-lo melhor”, conta Roberto Pinheiro, diretor do Bosque Rodrigues Alves, espaço administrado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma).
Segundo Pinheiro, o peixe-boi vive, em média, 50 anos em cativeiro. “O nosso espécime, portanto, já ultrapassou essa estimativa, o que indica que o ‘Kajuru’ já é bem idoso. Então temos que comemorar esses 58 anos e garantir cada vez mais atenção e cuidados a ele, que faz parte da história desse lugar”.
O peixe-boi-da-amazônia classifica-se atualmente, de acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, como espécie ameaçada de extinção, na categoria vulnerável. Na natureza é um ser de hábitos solitários, característica preservada no Jardim Botânico.
“O peixe-boi tem um acompanhamento especial. É alimentado duas vezes ao dia e tem um cardápio bem variado, composto de capim gordura, macrófitas, couve, pepino, batata doce, abóbora, melancia e melão, entre outras frutas e legumes. Recebe ainda, suplementação vitamínica diária, além de musicoterapia. Procuramos respeitar todos os cuidados necessários à manutenção do espécime com dignidade e qualidade de vida”, explica a médica veterinária do Bosque, Maria Nazaré Nascimento.
Entre os visitantes do Bosque, 'Kajuru' é quase uma unanimidade. “Todas as vezes que venho com meus pais no Bosque tenho que visitar o peixe-boi. Fico um tempão esperando ele colocar a cabeça para fora, que é quando dá pra ver ele melhor. Minha mãe sempre diz que o segredo pra ele viver muito e bem são as verduras e frutas que come, e que eu devo fazer igual à ele”, conta a pequena Yasmin Magalhães, de 10 anos, que fez questão de visitar o ocupante ilustre do Bosque no último domingo, 21.
Texto: Ana Paula Azevedo