A performance “Cabano, Coração Rebelde”, que homenageou os 186 anos da revolta dos cabanos, foi encenada no Memorial dos Povos, nesta quinta-feira (7). A programação foi realizada pela Associação Indígena Multiétnica Amwk Wika Kwara e foi prestigiada pelo prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues.
Segundo ele, a encenação vai além de uma homenagem: "Participar de um evento como este não é apenas homenagear um movimento revolucionário que ocorreu há 186 anos. É porque esse movimento, ele tinha um sentido histórico, e nós somos herdeiros desse sentido histórico."
A dramaturgia assinada por Luiz Arnaldo Campos foi dividida em atos que recordam pontos altos da luta cabana, exaltando mulheres, negros, indígenas e caboclos. O espetáculo foi produzido por Luciano Andrade e dirigido por Célia Maracajá. Ela afirma que a peça é uma forma de agradecer ao movimento cabano, ocorrido entre 1835 e 1840 na antiga província do Grão-Pará: "Motivada por esse sentimento, buscamos justiça dignidade também para o nosso povo. O meu trabalho artístico é a única coisa que eu posso oferecer a esses que tombaram para ver se muda essa sociedade".
Tendo como palco o anfiteatro do Memorial dos Povos, entraram em cena 25 atores e atrizes, incluindo os indígenas das etnias Kambeba Tembé e Xicariana, membros do Grupo de Cultura Popular da Pratinha, da Associação Indígena Multiétnica Amwk Wika Kwara, afroreligiosos, integrantes do Ponto Cultural Encantos do Sol e do Coletivo Facada Fest, além da participação da banda de rock TCH.
"A gente está no dia (do aniversário) da Cabanagem, falando da Cabanagem e falando de uma forma coletiva, porque a ideia que a gente tem é transformar esse espaço, que, hoje, a Fumbel (Fundação Cultural do Município de Belém) abre para a comunidade, de ser aquilo que a gente mais acredita, que é o processo de democratização da arte, do saber e da identidade", destacou o presidente da Fumbel, Michel Pinho.
A fundação cedeu o espaço para a apresentação e também transmitiu a peça em live pelo canal oficial da instituição no Youtube.
Texto: Juliana Brito
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								