Pesquisa traça perfil nutricional de crianças da rede municipal de ensino

A Fundação Municipal de Assistência ao Estudante (Fmae), atendendo à lei 11.947/2009, que dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola, realizou no período de 08 de outubro a 05 de novembro de 2013, a avaliação nutricional de 736 crianças de 10 Unidades de Educação Infantil com idade entre 0 a 7 anos, beneficiadas pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

O objetivo é traçar o perfil nutricional dos pré-escolares das UEIs e de acordo com suas necessidades, ajudar no desenvolvimento dessas crianças. Na avaliação nutricional foram coletadas medidas antropométricas, que é aquela que avalia as relações entre peso x estatura, peso x idade, estatura x idade.

A avaliação nutricional da Fmae registrou 77% de adequação do peso, quando comparado à estatura das crianças de 0 a 5 anos. Por outro lado, a avaliação mostrou sinal amarelo com a chamada “vigilância nutricional” em 7,5% das crianças que mostraram baixo peso para estatura e em 9,4% com peso elevado para estatura. A classificação denominada de “vigilância” significa um enquadramento que requer atenção e cuidado maior. Ela funciona como sinalizador para a intervenção de cuidados nutricionais que impeçam o agravamento do diagnóstico.

Na relação peso x idade, 71% das crianças estão com o desenvolvimento satisfatório,e apenas 5% estão com o peso considerado baixo para a idade.O estado de vigilância foi verificado em 16,4% das crianças com baixo peso para idade e 4,8% com peso elevado para a idade. Em relação a estatura x idade, foram verificados 90,1% de estatura adequada para a idade e 9,5% com baixa estatura.

“É importante salientar que os desvios do estado nutricional identificados exigem ações imediatas no âmbito da saúde pública, já que além do comprometimento da estatura, várias consequências funcionais adversas estão associadas com a desnutrição em idade precoce, como o prejuízo da função imune, o aumento das taxas e a severidade das infecções, o elevado risco de morte e o prejuízo da função cognitiva e do rendimento escolar. A obesidade também pode comprometer a saúde da criança, já que pode trazer desordens ortopédicas, distúrbios cardiorespiratórios e psicossociais, lesões dermatológicas e alterações endócrinometabólicas”, afirmou a nutricionista da Fmae, Carmem Brandão.

As mães das crianças que são identificadas com risco nutricional e baixo peso são orientadas a procurar o Programa de Atenção à Saúde da Rede Pública, onde será pesquisado, junto à família, a causa da deficiência nutricional. “Os poucos casos de risco nutricional e baixo peso são de crianças com histórico clínico complicado desde o nascimento e/ou fazem parte de famílias que residem distante das Unidades, o que ocasiona baixa frequência escolar”, complementou Carmem.

As crianças das UEI’s, que chegam a receber de 4 a 5 refeições diárias ingerem, desde 2010, alimentos oriundos da agricultura familiar. Dos recursos financeiros repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), no âmbito do Pnae, no mínimo 30% devem ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar. Estes alimentos são hortaliças, frutas, polpa de frutas, entre outros.

Texto: Jolse Quinto

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