Preocupada em manter a casa livre do mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, zika e chikungunya, a dona de casa Silus de Carvalho, 62 anos, abriu a porta de casa ansiosa para o trabalho dos agentes de controle de endemias da Secretaria Municipal de Saúde na manhã desta segunda-feira, 09.
Ela lembra que as visitas são rotineiras e já recebeu muitas orientações. Dessa vez o motivo foi a realização da 1ª edição do Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti, o LIRAa de 2017, metodologia do Ministério da Saúde para identificar o índice de infestação do mosquito Aedes em cada bairro e seus depósitos favoritos para procriação. "Acredito que esta pesquisa é importante para que as autoridades possam fazer seu trabalho e porque precisamos cuidar para que esse mosquitinho não faça estrago. A preocupação aumenta porque duas pessoas na minha casa já tiveram zika e duas tiveram dengue, inclusive meu neto, que é bebê", conta a dona de casa.
A casa de Silus está entre os 23 mil imóveis que deverão ser visitados pelos agentes da Sesma para a pesquisa amostral do LIRAa. "O Ministério da Saúde disponibiliza um software que faz um sorteio aleatório de quarteirões, que totalizam 5% dos imóveis da cidade. Eles são vistoriados e quando os agentes encontram larvas, levam ao laboratório para verificar se são do Aedes. Após isso calcula-se o índice conforme o número de amostras coletadas. Com os resultados, podemos verificar se o bairro corre risco de proliferação do vetor e quais são os tipos de depósitos preferenciais do mosquito naquele bairro. Assim podemos traçar a estratégia adequada para combatê-lo", explica David Rosário, coordenador da Divisão de Controle de Endemias da Sesma.
Ao saber da importância do LIRAa, dona Silus fez questão de ressaltar as medidas que toma em casa para evitar depósitos. "Limpo todos os dias meu terreno, mando revisar as calhas e cubro tudo. Os agentes até elogiam minha atitude, mas não são todos que fazem isso. Sempre no final da tarde, aparecem muitos carapanãs aqui. Eles vêm dos vizinhos que não fazem a sua parte", destaca.
O LIRAa deve ser concluído até o dia 13 de janeiro e tem resultado previsto para o final do mês. Na última pesquisa realizada em 2016, Belém ficou com índice de 1,1%, que indica estado de médio risco ou alerta para surto ou epidemia. "Já tivemos com este índice de 3,9% há alguns anos. Com o aumento do número de agentes e a intensificação dos trabalhos, conseguimos reduzir o índice de infestação no município", ressalta David Rosário.
Mais de 900 agentes de controle de endemias realizam a pesquisa em todos os bairros de Belém.
Texto: Paula Barbosa
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								