Há oito meses, Selma Franco, de 51 anos, viajou de São Paulo à Belém para tentar um emprego e viver na capital paraense, mas não teve sucesso. Desde então, foi acolhida pela Casa de Acolhimento para Pessoas em Situação de Rua (Camar), da Prefeitura de Belém, um espaço que garante condições de estadia, convívio e endereço de referência, para pessoas em situação de rua e desabrigo.
Na casa são realizadas atividades diferenciadas, que compreendem acolhida noturna, alimentação, descanso, atendimento médico e psicossocial, capacitação profissional e encaminhamento. O lazer, também faz parte do dia-a-dia do Camar, e na manhã desta terça-feira, 26, foi preparada uma sessão especial no Cinema Olympia, dedicada a Selma e seus colegas do abrigo.
“Eu fico encantada no cinema, é uma tela enorme que faz os olhos brilharem”, disse Selma Franco, um pouco antes do início da comédia americana “Gente Grande”.
A programação faz parte do projeto “A escola vai ao cinema”, realizado pela Fundação Cultural do Município (Fumbel), que atende unidades educacionais e entidades. A gerente do Cinema, Nazaré Moraes, acredita que a escolha do filme também é muito importante para motivar a participação das pessoas. “Hoje resolvemos passar uma comédia. Queremos fazer com que eles esqueçam um pouco do cotidiano de dificuldades”, comentou.
Também participaram da sessão os moradores em situação de rua que frequentam o Centro POP 2. Entre eles, estava o senhor Almir Moraes, de 38 anos, que não poupou risadas durante todo o filme. “Foi muito bacana. Gostei muito do filme e de vir com todos”, disse.
Este projeto existe desde 2007 e já beneficiou cerca de 60.000 pessoas. Para a coordenadora do Centro POP 2, Cássia Silva, as atividades contribuem para o desenvolvimento dos participantes. “É uma oportunidade de incentivar a ressocialização dessas pessoas. Afinal, o lazer é um direito e eles devem desfrutar disso”, pontuou.
Centro POP – No Centro POP, também gerenciado pela Prefeitura de Belém, moradores em situação de rua têm um espaço para o convívio grupal, social e para o desenvolvimento de relações de solidariedade, afetividade e respeito.
Uma equipe interdisciplinar leva assistência, serviços de cuidados com higiene e alimentação, triagem (para identificar as necessidades), investigação social (cadastro e entrevista), encaminhamento para a rede socioassistencial e demais políticas públicas e/ou Sistema de Garantia de Direitos.
Texto: Andreza Carvalho
