A educação transforma vidas e os maestros do ensino e do conhecimento escolar sabem bem disso, como professor Raimundo José Rodrigues de Oliveira, que fez questão de participar da marcha em homenagem a Paulo Freire, que se estivesse vivo completaria neste domingo cem anos de idade. “Vim aqui nessa passeata para ressaltar a importância que tem Paulo Freire e a sua dedicação enquanto intelectual, que desde sempre buscou atingir as necessidades mais fundamentais do nosso povo’’, comentou.
O cortejo do centenário de Paulo Freire foi realizado na manhã de hoje, pela Prefeitura de Belém e instituições e entidades que compõem o Grupo de Trabalho, com o objetivo de percorrer as ruas da cidade em defesa da educação e do legado do patrono da educação.
A secretária Municipal de Educação (Semec), Márcia Bittencourt Brito, ressaltou a importância desse momento. “É um dia de festa em todo o Brasil. É o dia em que nós estamos seguindo em frente, rumo à nossa Belém, cidade alfabetizada. Esse é um movimento que envolve os educadores da Semec, os movimentos populares, sociais e a gente pede que toda a sociedade se envolva. É o dia de ir para rua, começar uma festa cheia de alegria e esperança para tornar as pessoas livres do analfabetismo em Belém, mas também de seguir com a educação popular, com a educação no campo e com a educação inclusiva", afirmou.
O evento marca também o movimento “Belém, cidade alfabetizada e educadora”, que tem o objetivo de zerar o analfabetismo na capital paraense, proporcionando ensino e conhecimento para mais de 11 mil pessoas, a partir dos 15 anos de idade, que nunca frequentaram a escola. Para isso, conta com o Plano Municipal de Educação, entregue durante o ato deste domingo ao prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues.
“Hoje nós estamos aqui para celebrar o pensamento de Paulo Freire e com essa equipe da educação, acredito que no final deste mandato nós receberemos o diploma de território livre do analfabetismo, até porque temos um projeto político pedagógico, revolucionário e é freiriano. A nossa educação é libertadora e emancipadora”, ressaltou o gestor municipal.
A iniciativa de erradicar de Belém o analfabetismo, transformá-la em um território livre do analfabetismo, é extremamente importante para os movimentos sociais, como afirma a pedagoga Maria do Livramento Ferreira, da Secretaria Extraordinária de Cidadania e Direitos Humanos. “Os movimentos sociais têm um papel muito relevante, que começa exatamente a partir da pedagogia do oprimido, porque representa a luta dos direitos humanos e a luta pela dignidade que nos leva a conhecer Paulo Freire. Nessa caminhada, a gente constrói diferentes espaços de luta e reafirmação da própria história e da educação popular, dentro desse processo da educação de jovens e adultos’’.
Para Jane Cabral, que faz parte da Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra Pará (MST/PA), exaltar o legado de Paulo Freire representa liberdade. "Homenagear Paulo Freire significa ir em busca da luta pela liberdade. É a gente fazer com que o nosso direito de expressar o que a gente sente e pensa seja garantido. Isso é homenagear Paulo Freire’’, enfatizou.
Texto: Lana Oliveira
