A frequente falta de água na ilha de Caratateua, onde vivem mais de 100 mil pessoas, foi o tema de uma reunião conjunta, realizada na manhã desta segunda-feira, 5, entre representantes da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) e Prefeitura de Municipal de Belém, por meio da Administração Regional do Outeiro (Arout).
Para tratar da crise de abastecimento de água na ilha, o encontro contou com a presença de José Antônio de Angelis, presidente da Cosanpa; do titular da Arout, Yan Miranda; do deputado federal Cássio Andrade (PSB); e de representantes de bairros e comunidades de Outeiro, distrito de Belém.
Durante a reunião, Yan Miranda, titular da Arout, lembrou que o encontro foi solicitado pela Prefeitura de Belém por conta das reivindicações dos moradores que passam pelo contante problema da falta de água na ilha. “Não é de hoje que os moradores de Outeiro vêm sofrendo com a falta da água. São, praticamente, todos os bairros que estão nessa lamentável situação. A Prefeitura de Belém está em busca de soluções emergenciais para resolver esse problema”, disse Yan.
Moradores – Representantes de moradores da ilha também se manifestaram. Maria da Conceição, de 60 anos, relatou que há mais de seis meses sofre por conta do desabastecimento. Segundo ela, as famílias estão procurando as soluções possíveis. “Algumas pessoas buscam a ajuda de vizinhos que têm cisternas e outras buscam por poços”, contou a moradora.
Já a líder comunitária Lúcia Oliveira, que desenvolve um trabalho social de educação infantil com crianças carentes do bairro Fama, cerca de 70 crianças, com idades entre 2 a 8 anos, recebem atenção básica, mas a falta de água dificulta esse trabalho. “Estou aqui como moradora e professora da Escola Comunitária Primavera. Nós atendemos diariamente crianças, promovendo educação, alimentação e higiene, mas a falta de água nas torneiras tem prejudicado o nosso trabalho", destacou Lúcia.
Cosanpa – Para José Antônio de Angelis, presidente da Cosanpa, são três as razões que causam a falta de água em Outeiro: manutenção, inadimplência e furto de água. “Queremos ajudar a população de Belém e dos distritos. Sabemos que nossos clientes estão passamos por dificuldades no fornecimento de água e apontamos que os problemas são consequências da falta de manutenção na rede de abastecimento, desvio ilegal de água e a grande inadimplência”, afirmou o presidente.
O deputado federal Cássio Andrade defendeu que haja um planejamento mais eficiente por parte da Cosanpa. “Esse debate é muito importante, pois conseguimos reunir ideias que buscam por soluções rápidas e mais eficazes para esse problema. Enfatizamos que a Cosanpa precisa de planejamentos e ações para combater não só a falta de abastecimento, como também, fornecer uma água com qualidade”, disse.
Soluções – Segundo Bruno Jorge, gerente da Unidade de Negócios da avenida Augusto Montenegro (UNAM-Cosanpa), medidas para minimizar o desabastecimento de água foram adotados no distrito de Outeiro. “Em 12 pontos estratégicos foram instaladas caixas d’água com capacidade de cinco mil litros. A medida provisória é de 90 dias, prazo para perfuração e construção de um novo poço na ilha”, detalhou o gerente.
Texto: Talison Lima
