Prefeitura e Ufra realizam ações para a saúde de animais em Cotijuba

Cerca de 70 animais, entre cavalos, burros e jumentos da ilha de Cotijuba, receberam atendimento clínico de médicos veterinários, durante a ação com animais de tração – condutores de charretes -, promovido pela Prefeitura de Belém, por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), nesta sexta-feira, 20, na ilha. A atividade faz parte do projeto Carroceiro, idealizado pela Universidade.

O trabalho teve início às 9h, com concentração na praça Antônio Tavernad, próximo ao porto. Durante a ação foram realizadas avaliações nos animais, curativos, aplicação de vitaminas, medicação e vermifugação. A iniciativa viabiliza, para a comunidade que possui animal de tração, uma assistência médica veterinária gratuita e contribui para a diminuição de abandonos desses animais, que em alguns casos de doenças, são deixados pelos proprietários.

A diretora do departamento de Vigilância e Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), Leila Flores, explicou que a parceria com a Ufra beneficia de forma pontual essas famílias. “Realizamos um trabalho informativo há alguns dias, para que os proprietários de equídeos aproveitassem essa oportunidade para cuidar ou medicar seus animais, visto que eles precisam ter boas condições de saúde para trabalharem e auxiliarem na atividade de subsistência de muitas famílias”, explica.

Em Cotijuba o principal meio de transporte é a charrete. Desta forma, o projeto Carroceiro auxilia na fiscalização do cuidado destes estes animais, que podem sofrer maus tratos voluntários, onde a ação é consciente e ocorre por meio de excesso, falta de alimentos ou até mesmo agressão. E existem os casos de maus tratos involuntários, que ocorrem quando os proprietários utilizam acessórios inadequados nos animais.

Para o charreteiro Miguel Guilherme de Almeida, morador da ilha, esta ação é fundamental para que ele mantenha a saúde e os cuidados com seus dois animais, uma burra (Belinha) e o cavalo (Xodó). “A gente não teria condições de pagar uma consulta médica pra eles, porque o custo é alto. O Xodó, por exemplo, eu emprestei para um amigo trabalhar com ele, e o pescoço veio machucado, sei que não foi por maldade, mas já estava precisando de medicamento e hoje ele vai receber”, declarou.

Ao todo, o trabalho reuniu cerca de 90 pessoas, entre médicos veterinários, residentes, bolsistas e alunos do 8º semestre da disciplina Clínica Médica, do curso de Medicina Veterinária. “Nas ações os alunos aprendem a lidar com os carroceiros e pequenos produtores, aplicando na prática o conhecimento adquirido na sala de aula. Isso aproxima a convivência entre o saber da academia e o conhecimento popular”, enfatizou o coordenador técnico do projeto, Heriberto Figueiredo.

Texto: Karla Pereira

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