Com o retorno das aulas presenciais, a Secretaria Municipal de Educação (Semec) iniciou nesta terça-feira, 21, o acolhimento e formação de profissionais contratados pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS) Nº 001/2021 e de servidores efetivos da rede municipal de ensino de Belém.
O encontro busca orientar os trabalhadores sobre o seu papel na educação e reforçar a atual política educacional referenciada em Paulo Freire, patrono da educação brasileira.
A formação foi dividida em dois espaços: com os novos contratados no auditório da Faculdade Integrada da Amazônia (Fibra) e com os servidores efetivos no Centro de Formação de Educadores (CFE) Paulo Freire.
“Não é um retorno qualquer, é muito diferente. Neste um ano e meio têm crianças que ficaram órfãs, que sofreram algum tipo de violência em casa. Têm coisas muito boas acontecendo, mas também tem muito ruins e que temos que enfrentar. Isso não é fácil. É preciso melhorar muito”, avalia a secretária municipal de Educação, Márcia Bittencourt.
Diálogo para transformar vidas
Ela ressalta que os valores e princípios Freireanos ensina os trabalhadores da educação a serem amorosos, saber dialogar, saber ouvir. "O diálogo é falar algo que toque no coração e faça refletir e transformar a vida das pessoas. Esse momento é precioso. Espero que a partir desta formação as pessoas saiam renovadas, porque não basta ter só professor na sala de aula, cada trabalhador da educação é educador e deve acolher os alunos e enfrentar os problemas por meio do diálogo”.
Acolhimento – O Núcleo de Atenção à Saúde do Trabalhador (Nast) acolheu os novos contratados da Semec no auditório da Faculdade Integrada da Amazônia (Fibra). A programação começou nesta terça-feira, 21, com 158 agentes de serviços gerais (ASG), seguiu nesta quarta-feira, 22, com 240 merendeiras e encerra na quinta, 23 com 100 assistentes administrativos e 90 assistentes escolares.
A acolhida buscou reforçar os protocolos de biossegurança que ainda são necessários no ambiente escolar e principalmente, cuidados para prevenção e manutenção da saúde física, mental e social dos novos trabalhadores da secretaria.
“Foi muito bom este momento. Porque mesmo com todas as informações que a gente tem sobre a pandemia e o retorno das aulas, ainda é muito vago para algumas pessoas a forma correta das medidas sanitárias. O aprendizado que tivemos hoje foi muito importante para que a gente possa também repassar para os alunos”, afirma a agente de serviços gerais, Roseane Costa, que atua na Escola Municipal de Ensino Fundamental Sabino Barreto, em Icoaraci.
Trabalhadores das escolas são integrantes da mudança na educação
O Centro de Formação de Educadores (CFE) Paulo Freire recebeu nesta terça-feira, 21, 100 agentes de serviços gerais do quadro efetivo da rede. Nesta quinta-feira, 23, mais 100 agentes de serviços gerais serão treinados.
O coordenador do CFE, Walter Braga, explica que a proposta é apresentar a relação que existe entre a filosofia Paulo freire e o cotidiano da escola.
“Muitas vezes o profissional que está na escola nem sempre se conecta com a proposta da unidade educativa e trabalha ali como se nada tivesse acontecendo. Então, a gente quer fazer essa conexão mostrando que todos os trabalhadores da escola são parte integrante desse processo formativo do aluno compreendendo a proposta Freireana”, informou.
A formação destaca que é importante o trabalhador reforçar que toda criança tem direito à educação, além de buscar discutir as problemáticas do cotidiano, como verificar o porquê da criança está sem uniforme, por exemplo.
“É preciso ter olhar sensível. Todos nós educadores, independente da função dentro da escola, temos que ficar atentos e identificar diversas situações até de assédio moral, sexual ou qualquer outra violência que a criança possa está sofrendo naquele momento”, enfatizou Walter Braga.
“A formação é maravilhosa e espero que se possa fazer em cada escola também, não só aqui no centro”, conta a agente de serviço geral Eugênia Silva, que atua na Escola Municipal de Ensino Fundamental Maroja Neto, em Mosqueiro. Ela ressalta, que com o tempo aprendeu a lidar com as criança, professores, coordenadores, diretor e pais dos alunos. "Eles me procuram, já que moro na comunidade e não tenho mais aquele medo de resolver as coisas na escola", acentua.
Texto: Tábita Oliveira