“Aqui me sinto acolhida, respeitada. Faço meu tratamento de saúde, socioalizo com as pessoas e sempre aprendo uma coisa nova”. É assim que a aposentada Sônia Nascimento, 66 anos, se sente na Casa de Saúde do Idoso, que promoveu, na quarta-feira, 15, uma programação especial alusiva ao Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa.
Como parte do Junho Violeta, mês de conscientização da violência contra o idoso, a Casa de Saúde do Idoso, unidade da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), promove uma série de atividades de sensibilização e promoção do bem-estar. Nesta quarta, com o tema “O Respeito não Envelhece”, eles participaram de uma roda de conversa sobre direitos e algumas violações que são cometidas diariamente.
Empoderamento
A ouvidora da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Walquíria Alves, destacou a importância de levar a informação para a pessoa idosa, que muitas vezes sofre violações sem saber. “Eles devem se empoderar, sabendo que tipos de violência existem e como proceder quando ela ocorre. Ainda vivemos em tempos de muito preconceito contra o idoso, e isso devemos combater com conhecimento”, defendeu.
Conhecimento é uma ferramenta importante na luta contra a discriminação que leva à violação. Segundo a assistente social Simone Aguiar, da Delegacia do Idoso, também convidada a participar da programação, um dos principais atendimentos na unidade policial é a orientação. “Somente este ano, de janeiro a maio, registramos 81 ocorrências, mas 1.113 pessoas procuraram atendimento na delegacia”, informou.
Consciência
Para Sônia Nascimento, que ouviu atenta às palestras, foi importante conhecer direitos e as formas de exigi-los. “Somos invisibilizados por sermos idosos, mas existem leis que nos amparam. Devemos exigir respeito. Hoje saio daqui ainda mais consciente e vou levar essas informações para meus familiares”, pontuou.
A aposentada Maria de Souza, 82 anos, contou que, felizmente, não sofre qualquer tipo de discriminação em casa – o principal local da violação contra idosos, segundo as estatísticas –, mas que já vivenciou situações de abuso na rua.
“Estou muito feliz por participar de mais essa ação da Casa do Idoso. Estou em tudo que eles fazem aqui, e isso me faz muito bem. Me sinto renovada”, afiançou.
Acolhimento
A gerente da Casa de Saúde do Idoso, Sídia Oliveira, lembrou que a data é importante para levantar o debate e fortalecer os direitos dos idosos.
“Prezamos pelo bem-estar social dos nossos usuários. Todos aqui são acolhidos de maneira especial. Estamos falando hoje sobre direitos, que perpassam também pela questão do respeito”, frisou.
Ao final da conversa, todos receberam uma cópia do Estatuto do Idoso, instituído pela Lei n° 10.741, de 1° de outubro de 2003, que estabelece os direitos das pessoas com idade a partir de 60 anos. A partir do estatuto, pela primeira vez, negligência, discriminação, violência de diferentes tipos – inclusive a financeira – e atos de crueldade e opressão contra o idoso foram criminalizados e hoje são passíveis de punição.
Texto: Luiz Carlos Santos