A dona de casa, Marluce Nunes Gaia, 26 anos, recebe R$ 300 mensais, após ser cadastrada e aprovada no Programa de Renda Cidadã Bora Belém. Com o valor ela garante a alimentação do filho de um ano seis meses. "Eu consigo pagar o meu papel de luz, comprar comida pra casa e complemento com o pouco que tiro do serviço da xerox que tenho em casa", contou.
O Bora Belém é o maior programa de renda cidadã municipal, que já beneficiou 10.272 famílias cadastradas nos 12 Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) da capital paraense e distritos.
A Prefeitura de Belém, através da Fundação Papa João XXIII (Funpapa), promoveu na noite desta sexta-feira, 19, a Plenária do Bora Belém no distrito de Icoaraci. O encontro, ocorreu na escola Liceu de Artes e Ofício Mestre Raimundo Cardoso, e reuniu famílias que já recebem ou estão no processo para inclusão no programa de renda básica. O CRAS de Icoaraci é o que mais realizou, até agora, o maior número cadastros no programa (1.273 pessoas).
Incentivo à autonomia
O prefeito de Belém Edmilson Rodrigues, em mensagem de vídeo exibido no telão durante a plenária, destacou que o Programa Bora Belém, realizado em parceria com o governo estadual, promove também o investimento na capacitação e formação profissional das mães chefes de família, através do programa Donas de Si, ofertando cursos de processamento de frutas e produção de doces, conservas, geleias, entre outros.
O prefeito explicou, que a partir da realização do curso, a Prefeitura de Belém dará o suporte para que as mulheres possam ter o próprio negócio com o apoio do Banco do Povo de Belém para constituir uma cooperativa ou microempresa, que além de melhorar autoestima, garantirá a autonomia financeira às beneficiárias.
"Capacitar para que essas famílias, a maioria chefiadas por mulheres, mães-solo, possam ter a porta de saída do programa. Então, além da renda básica que elas recebem, elas vão se qualificar e empreender para garantir a sua emancipação social e econômica", explicou o presidente da Funpapa, Alfredo Costa.
Combate à fome e desigualdades
O programa de distribuição de renda Bora Belém é destinado às pessoas em situação de vulnerabilidade social e deverá alcançar 22 mil famílias em quatro anos. O objetivo é combater a fome e diminuir desigualdes sociais e raciais, assegurando melhores condições de sobrevivência.
No mês de outubro, a Prefeitura Municipal de Belém realizou um mutirão, onde cadastrou mais pessoas aptas a receber o benefício, que ajuda as famílias a se manterem e evitar a fome.
A beneficiária Suane Martins, 40 anos, trabalha com vendas de roupas íntimas e afirma que a renda do Bora Belém ajuda nos custos alimentares. "Há cinco meses recebo o Bora Belém e veio em boa hora. Eu me separei e as minhas filhas não recebem nenhum tipo de ajuda do pai. Estávamos numa situação bem difícil. Quando a moça da Funpapa bateu em casa e falou do Bora Belém, fiquei surpresa. Agora recebo, por enquanto, R$150 e esse valor me ajuda muito".
Elane Barbosa, 35 anos, moradora do bairro Paracuri I, em Icoaraci, há cinco meses recebe a renda cidadã de R$300. Para ela, ter o auxílio é a garantia de alimentação e medicação para os dois filhos de 6 e 14 anos.
"Com a renda do Bora Belém melhorou porque ajuda na compra do remédio pro meu filho. Com o pouco que sobra compro comida pra casa. Sem o auxílio a gente comprava o remédio, mas ficava apertado para comprar outras coisas", contou.
Viver com dignidade
Acompanhado da equipe de secretariado e parlamentares federais, o vice-prefeito de Belém, Edilson Moura, enfatizou que o governo municipal trabalha de forma coletiva para melhorar a vida de homens e mulheres, que moram na capital e distritos. " É da forma coletiva que nós vamos melhorar esta cidade para que todos possam viver com dignidade", ressaltou Moura.
Nas próximas semanas a Funpapa realizará plenárias do Bora Belém nos 11 territórios dos Centros de Referência de Assistência Social da capital paraense.
Critérios para receber o Bora Belém
Estão aptas as famílias com renda per capita mensal inferior ou igual a R$ 89, consideradas de extrema pobreza; famílias com renda per capita de R$ 89,01 a R$ 179, identificadas em situação de pobreza; família monoparental feminina; família monoparental; que tenham composição familiar de 0 a 18 anos; e famílias com gestantes ou nutrizes. Nenhuma dessas famílias podem está recebendo qualquer outro benefício social.
Texto: Joyce Assunção
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								