Utilizar o gênero da poesia como instrumento para realizar o atendimento educacional a alunos com deficiência, principalmente a visual, conhecendo novas metodologias e interagindo com outros profissionais. Desta forma foi realizada a formação continuada para professores das salas de recursos multifuncionais das escolas públicas de Belém.
A formação foi realizada durante toda esta sexta-feira, 28, na sede do Centro de Referência em Inclusão Educacional Gabriel Lima Mendes, vinculado à Secretaria Municipal de Educação.
Durante o encontro os ministrantes puderam evidenciar as possibilidades para a construção da concepção poética de um aluno com deficiência visual. Professor da rede de ensino municipal e palestrante, Aguinaldo Barros falou que é possível estimular a poesia no aluno cego.
“Hoje já são várias as possibilidades de leitura do aluno cego. Existe o braille, as poesias lidas e também o DosVox. E, este momento é para que possamos dominar os sistemas para melhor aplicá-los”, afirmou. O Dosvox é um sistema para microcomputadores que se comunica com o usuário através da síntese de voz, viabilizando, deste modo, o uso de computadores por deficientes visuais que adquirem, assim, um alto grau de independência no estudo e no trabalho.
Já em relação ao áudiolivro, em todo o Brasil, apenas 40 obras literárias possuem essa versão. No estado do Pará, o primeiro áudiolivro a ser feito foi o do autor paraense Daniel Leite, com a obra “A história das crianças que plantaram rios.
Para a professora Ana Cristina Santos, da sala de recursos multifuncionais da Escola Municipal Rotary, no bairro do Guamá, trazer à tona instrumentos que possam ser utilizados pelo aluno cego, é pertinente pela demanda existente no município.
“O tema de como lidar com um aluno cego nunca se esgota. E às vezes, na correria do dia a dia a gente não pode pensar em novas formas de trabalho. Utilizar a poesia como um instrumento é uma ideia ótima, pois a demanda é muito grande e a poesia, atraente para os alunos”, afirmou a professora que possui um aluno com perda total da visão e cinco alunos com baixa visão.
As formações ocorrem mensalmente o exploram diferentes temas, que possibilitam aos profissionais conhecer mais sobre as deficiências e utilizar recursos acessíveis durante o atendimento, além de buscar maneiras de aproximar a família da escola. “É muito bom podermos estar aprendendo continuamente. É muito gratificante porque daqui nós levamos novos métodos que iremos aplicar na sala de recursos que vem melhorar mais ainda o aprendizado dos alunos”, declarou Cleudes Ibiapina, professora do Liceu Mestre Raimundo Cardoso, em Icoaraci.
Salas de Recursos Multifuncionais
Na rede municipal de ensino existem 42 Salas de Recursos Multifuncionais (SRMs). Nestes espaços os alunos podem ampliar conhecimentos e melhorar as habilidades dentro da limitação de cada deficiência, seja ela física, auditiva, intelectual ou visual.
Nas SRMs há mobílias, recursos de tecnologia assistiva, como o sorobã, que é uma espécie de calculadora adaptada para deficientes visuais; máquina braile, teclado adaptado, jogos e softwares, além de outros instrumentos que auxiliam no desenvolvimento de cada aluno. Nestas salas há o acompanhamento de uma equipe formada por profissionais de fisioterapia, psicologia, pedagogos, fonoaudiólogos, entre outros.
As salas de recursos atendem não somente as crianças matriculadas na unidade, mas também aquelas que estudam em outras escolas, mas no mesmo distrito. As aulas ocorrem de duas a três vezes por semana.
Texto: Aline Saavedra
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								