Profissionais da rede municipal participam de curso de atualização no tratamento da crise em saúde mental

A crise na saúde mental mundial, agravada pela pandemia de covid-19, tem levado a assistência, seja pública ou privada, a atualizar protocolos, no intuito de melhorar a acolhida oferecida aos usuários. Nessa perspectiva, a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (Sespa), promove, até esta quinta-feira, 26, na Faculdade Cosmopolita, o Curso de Atualização em Atenção à Crise em Saúde Mental.

Cerca de 170 profissionais, das redes municipal e estadual, participam do curso, iniciado na última segunda-feira, 23. São trabalhadores da Rede de Atenção Psicossocial, que lidam com situações de crise, entres eles servidores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Hospitais de Pronto-Socorro Municipais (HPSM), Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e equipes do Consultório de Rua.

“O curso responde a uma demanda social muito atual. Ainda estamos em pandemia, protegidos pela vacinação, e lidando com os efeitos que o isolamento social produziu sobre as pessoas. Em todo o mundo há uma escalada do sofrimento psíquico, dos transtornos do humor, dos episódios de violência intradoméstica e do agravamento de condições crônicas, como pacientes com transtornos psicóticos”, informa o diretor de Ações em Saúde da Sesma, Vitor Nina.

Integração das ações

Para a terapeuta ocupacional Samantha Simões, que compõe a equipe da Referência Técnica em Saúde Mental da Sesma, o curso instrumentaliza os profissionais para atuação com mais qualidade no atendimento às pessoas em situação de crise em saúde mental.

“Graças a essa integração entre os serviços no treinamento, a população consegue ser melhor acolhida, receber o atendimento necessário e ser encaminhada para o local que lhe prestará a melhor assistência”, afirma.

Vitor Nina observa, que mesmo com a reforma psiquiátrica e todos os avanços na saúde mental, ainda existem muito medo e preconceito sobre o sofrimento psíquico na vida das pessoas. Daí também a importância de reunir profissionais para debater formas de identificar os casos e dar o melhor encaminhamento. A rede municipal está preparada para acolher pacientes em sofrimento psíquico.

“Não devemos naturalizar o sofrimento, mas reconhecê-lo como algo que faz parte do viver. Temos que ser capazes, em qualquer ponto da rede, de atender com qualidade, dar o suporte adequado e manejar essa crise com o mínimo de sofrimento para a pessoa e sua família. Atender a crise em saúde mental com qualidade é uma missão central, ética e de saúde pública para toda a nossa rede em Belém”, ressalta Vitor Nina.

Texto: Luiz Carlos Santos

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