Profissionais da saúde participam de formação sobre sífilis congênita

Reduzir a incidência da sífilis congênita entre os bebês de Belém. Foi com esse objetivo que a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), realizou, nesta quarta e quinta-feira (15 e 16), um ciclo de capacitação em manejo clínico da sífilis na gestação, direcionado a médicos e farmacêuticos do município. O evento, ocorrido em uma faculdade particular da cidade, reuniu 112 profissionais de saúde e foi conduzido pela médica obstetra Laíses Vieira, médica assistente da clínica obstétrica da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna.

De acordo com a médica Laíses Vieira, o Brasil inteiro, hoje, vive uma guerra contra a sífilis congênita, isto é, contra a transmissão vertical (de mãe para filho) dessa doença, que pode trazer sérias consequências para o recém-nascido, caso não receba o tratamento adequado durante a gestação. “A sífilis congênita pode provocar desde o aborto, parto prematuro, alterações nos ossos do bebê, alterações hepáticas, entre outros problemas. Precisamos, dessa forma, cada vez mais, garantir que o bebê nasça sem a doença”, explica.

Segundo a médica, evitar que isso aconteça é perfeitamente possível. Basta que a mãe, ao ser diagnosticada com a doença, o que acontece geralmente no início do pré-natal, faça o tratamento correto no posto de saúde. Serão apenas três semanas de medicações (a penicilina) e a garantia de que o filho nascerá livre de uma série de complicações. “Depois do uso da medicação durante três semanas, ela estará curada, sendo necessário apenas fazer o controle mês a mês. É muito importante que o parceiro dela também faça o tratamento, porque senão ela corre o risco de ser infectada novamente, já que se trata de uma doença sexualmente transmissível”, detalha.

Segundo a enfermeira Camila Miranda, da Referência Técnica em Saúde da Mulher da Sesma, em Belém, no ano passado, a sífilis acometeu 305 gestantes e 172 bebês, um número considerado alto, daí a importância também de sensibilizar os médicos e farmacêuticos para a atenção com a doença. “A prefeitura de Belém tem feito a sua parte no sentido de garantir o combate à doença. Para se ter ideia, o município fez uma grande aquisição de penicilina, que é o medicamento utilizado no tratamento da sífilis, para garantir que ele não falte; está investindo na capacitação dos profissionais da rede, como é o caso deste curso aqui; e assegura de maneira totalmente gratuita, em toda a rede, os testes rápidos para sífilis, no sentido da detecção precoce da doença, e o VDRL, que é o exame usado para fazer o acompanhamento da evolução da doença”, informa.

Texto: Elck Oliveira

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