Programa de Alergia Alimentar comemora 10 anos com oficina de alimentos para mães de pacientes

Mãe das gêmeas Agnes e Maitê, de 1 ano e 3 meses, Karoline Kabuki dedica boa parte do tempo para a promoção da saúde das pequenas. Cuida dos detalhes da alimentação para que as crianças possam superar a alergia à proteína do leite. "Como elas não podem comer qualquer coisa, eu prefiro preparar tudo. Até nas festinhas que elas vão eu levo o que elas vão comer", conta.

Karoline e outras mães estiveram presentes na Oficina de Preparações Culinária para Crianças com Alergia à Proteína do Leite de Vaca. A programação foi organizada pela equipe do Programa de Alergia Alimentar da Unidade Municipal de Saúde de Fátima e alunos dos cursos de gastronomia e nutrição da Universidade da Amazônia (Unama), na tarde desta quinta-feira, 16, na cozinha de experimentos da Unama. Aprofessora Ivie Maneschy, mestre em Ciências Médicas e Pediátrica pela Universidade de São Paulo (USP) ministrou a oficina.

A iniciativa foi pensada para dar maior autonomia aos pais na introdução de alimentos aos filhos alérgicos e proporcionar uma variedade de alimentos às crianças, sem riscos à saúde. Além, é claro, de comemorar os avanços do Programa de Alergia Alimentar nestes 10 anos de implantação. "Estou há três anos no programa, mas vejo um aprimoramento na forma de olhar a alergia aos alimentos. Hoje, as crianças têm o diagnóstico cada vez mais cedo e conseguem também superar a alergia, na maioria dos casos", afirma Lorena Falcão, nutricionista do programa.

De acordo com levantamento da equipe do programa, hoje, as crianças tendem a ficar, em média, 1 ano e meio recebendo atendimento até chegarem à cura da alergia. Antes, com o diagnóstico tardio, elas ficavam mais tempo. "Além do atendimento multiprofissional, o acompanhamento da família é fundamental para que entendam a alergia dos seus filhos e se sintam seguros no processo de introdução de alimentos", frisa Lorena.

Na oficina foram feitas seis receitas, desde cupcake e pães até biscoitos e panqueca. Receitas montadas seguindo as recomendações para a alergia à proteína do leite. "Também são feitas com ingredientes de fácil acesso e que estão no dia-a-dia dessas famílias", destaca Lorena.

Mãe da pequena Nicolly, 4 meses, Roberta Correa observou com atenção as orientações da oficina, ainda que a filha só esteja se alimentando de fórmula nutricional. "Estamos há dois meses no programa e já vejo melhoras na minha filha, que já ganhou peso e está bem. Quero que ela tenha uma rotina alimentar comum, mesmo que o alimento dela seja diferente. A alimentação também é inclusão e espero que ela possa comer o que as outras crianças comem, o que a família inteira come e que ela tenha alternativas ao leite. Quanto ao programa, o atendimento é muito bom e funciona bem redondinho", comemora Roberta.

Karoline, mãe das gêmeas citadas no início desta matéria também comemora a evolução das meninas. "Hoje elas estão sem reação nenhuma e já mudaram para uma fórmula que possui alguns traços da proteína do leite. Isso é bom porque não vivemos mais em médicos, melhora a vida da família e nos dá qualidade de vida", destaca.

O Programa de Alergia Alimentar funciona na Unidade Municipal de Saúde de Fátima e conta com equipe formada por gastropediatra, nutricionista e assistente social. Atualmente, mais de 300 crianças de 0 a 3 anos são atendidas e recebem fórmulas nutricionais adquiridas com recursos do tesouro municipal.

Texto: Paula Barbosa

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