Programação da Sesma alerta para a prevenção à hanseníase

Uma programação alusiva ao Dia Mundial de Combate à Hanseníase, celebrada sempre no último domingo de janeiro será realizada durante toda a semana nas unidades de saúde de Belém. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a data marca a importância de ampliar a consciência de que a hanseníase é curável, que as pessoas afetadas pela hanseníase e suas famílias têm direitos iguais aos outros e lembrar que, embora tenha havido um declínio nos casos de hanseníase nos últimos 20 anos, esta doença antiga ocorre ainda hoje, afetando as populações mais pobres e vulneráveis sócioconomicamente.

A programação compõe-se de ações educativas em salas de espera e durante as consultas, intensificação da avaliação dos contatos dos clientes em tratamento e reforço de orientações aos clientes em tratamento acerca da doença, autocuidados para evitar sequelas, rodas de conversa sobre a temática durante as visitas domiciliares, atividades em grupo na comunidade e nas escolas da área de cobertura e busca ativa de sintomáticos dermatológicos na comunidade.

Em Belém, conforme dados levantados pela Referência Técnica de Tuberculose e Hanseníase (RTTBMH) da Secretaria Municipal de Saúde, a incidência de hanseníase vem caindo desde 2003, acompanhando a tendência provocada pelas políticas de saúde nacionais. “O município tem hoje uma taxa de 12,83 casos de hanseníase a cada 100 mil habitantes. Há 10 anos, eram quase 50 casos nesta mesma proporção. Essa redução está ligada diretamente à polioquimioterapia, que são medicamentos usados de forma conjugada para o tratamento da doença”, explica Carlene Castro, coordenadora municipal da RTTBMH/Sesma.

Outros fatores que estão ligados à redução dos casos de hanseníase são o baixo percentual de abandono do tratamento, e os cursos de capacitação e atualização de conhecimentos ministrados aos profissionais de saúde, que dão ênfase ao diagnóstico da doença e a ingestão da “dose supervisionada” de medicamentos na unidade de saúde. “Esses fatores também têm sido decisivos para o tratamento eficiente. Isso tem como resultado a quebra das cadeias de transmissão nas comunidades, o que alcança, em longo prazo, a redução do número de casos”, esclarece Carlene.

A doença

A hanseníase é uma doença de baixa taxa de mortalidade, mesmo quando o diagnóstico é tardio. Ainda assim, alguns pacientes podem ter complicações e sofrer sequelas irreversíveis. Para a coordenadora de TBMH, apesar das taxas de cura e abandono serem satisfatórias, outras medidas são necessárias para o sucesso do controle da doença, como o exame de todos os contatos dos pacientes em tratamento, sejam familiares ou outras pessoas que convivam mais intimamente com o doente. “Esse procedimento, contido nos protocolos do programa, tem o objetivo de detectar novos casos, considerando que a hanseníase é de transmissão respiratória e a convivência prolongada com o infectado pode levar ao adoecimento”, explica Carlene Castro.

Com o tratamento implantado em 100% das Unidades de Saúde, Belém tem hoje uma taxa de quase 90% de cura da doença e uma taxa de abandono do tratamento, de 4%. Em relação ao exame de contatos, o município teve um grande avanço nos últimos dez anos, e já alcança quase 50% de examinados, próximo ao que recomenda o Ministério da Saúde, que é de 70%.

Texto: Paula Barbosa

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