Projeto Baú das Histórias leva literatura a alunos da educação infantil

O projeto Baú das Histórias do Sistema Municipal de Bibliotecas Escolares (Sismube), desenvolvido pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec), está presente em 81 unidades escolares de Belém. A Unidade de Educação Infantil Jesus, Maria e José, no bairro do Curió-Utinga, é uma delas. As 100 crianças matriculadas e suas famílias têm acesso a mais de 900 obras literárias que fazem parte do projeto.

O baú que guarda os livros fica aberto bem na entrada da escola em um espaço de leitura. Os lugares no espaço são disputados pelas crianças, ainda que quase a totalidade não saiba ler. As figuras coloridas não são as únicas coisas que chamam a atenção dos pequenos.

A contação das histórias ocorre toda sexta-feira, para todas as turmas. Durante a semana, as quatro turmas de Jardim I e II escutam as histórias e se relacionam com livros escolhidos pelos próprios alunos. Na chamada Sexta Literária, uma turma é escolhida para ter seu livro apresentado para as outras turmas, que assistem atentamente. Desde o início da semana as professoras afixam no espaço de leitura um cartaz anunciando qual será a história contada na sexta-feira, chamando a atenção das crianças que logo a identificam pela imagem no cartaz.

As alunas do Jardim II, Eduarda Vitória do Carmo e Anna Sophia Vieira, de cinco anos, veem na contação das histórias um momento para aprender brincando. “Eu gosto, porque a gente pode participar e brincar junto”, disse Eduarda. “A gente vê a história e brinca, é muito legal”, completa Anna Sophia, que está aprendendo a ler e se orgulha de saber escrever o próprio nome.

As atividades do Baú das Histórias na UEI Jesus, Maria e José incluem performances dos professores, como musicais, poemas e dramatizações. Os alunos participam ativamente, inclusive em projetos artísticos não verbais, como pintura de quadros que representem uma história já contada.

A pequena Agatha Sá, de cinco anos, avalia as apresentações, “Tudo muito legal e muito bonito”. Fã das histórias da Branca de Neve, Agatha conta: “É engraçado quando meu pai lê pra mim. Eu gosto”. Semanalmente, cada aluno pode levar para casa cinco livros à sua escolha para serem lidos pela família. Daniel de Souza, também de cinco anos, gosta de histórias de heróis e de participar das atividades. “A gente se sente bem. Eu gosto de tudo, principalmente das histórias de heróis”, conta o menino, enquanto brinca com livros no espaço de leitura.

A direção da UEI realiza reuniões regularmente com as famílias dos alunos, buscando ouvir as demandas e aprimorar o processo de ensino das crianças. Segundo a coordenadora da unidade, Raimunda Dias, os projetos nascem a partir da demanda das crianças. Um deles é o Reconto Literário, projeto realizado a cada dois meses, onde os alunos contam em apresentações para as famílias, as histórias que ouviram na escola. “O Baú veio fortalecer e enriquecer a nossa unidade. As crianças aprenderam a importância dos livros e como cuidar deles”, completa a coordenadora.

O projeto – O Baú das Histórias visa levar um acervo bibliográfico às unidades que não possuem bibliotecas próprias, embora haja unidades que possuem bibliotecas e um baú. Nas unidades de educação infantil, a totalidade de 34 recebeu um baú. O mesmo ocorre com as unidades pedagógicas, todas as 34 têm um baú com livros do projeto. Nas unidades de ensino infantil e fundamental, são 14. Ao todo, 82 instituições de ensino fazem parte do projeto do Sismube, órgão integrante da Secretaria Municipal de Educação (Semec).

O acervo dos baús é composto de, em média, 600 livros literários em cada unidade, que ficam abertos para que possam ser utilizados pelas crianças, professores e pela comunidade. Cada unidade faz a ambientação para que as histórias das obras sejam contadas na própria unidade ou emprestadas para as crianças.

A última aquisição de títulos para o projeto foi realizada em 2016 e uma nova leva de livros está por vir. Segundo o Sismube, está em andamento uma proposta de compra de livros selecionados de acordo com a faixa etária de cada projeto. Em 2010 foi publicada a Lei nº 12.244, também conhecida como Lei da Biblioteca Escolar, que coloca um prazo até 2020 para que todas as instituições de ensino públicas e privadas tenham bibliotecas. Belém saiu na frente, instalando bibliotecas em 79 das 80 escolas da rede municipal de ensino.

Texto: Vanessa Pinheiro

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