Projeto Educando com a Horta Escolar é lançado em escola de Outeiro

Esta terça-feira, 16, foi marcante para pais e alunos da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Professor Pedro Demo, localizada em Outeiro. O local foi um dos primeiros a receber o projeto “Educando com a Horta Escolar e a Gastronomia”, em 2014, e serviu hoje de espaço de lançamento do projeto para este ano de 2017. Há novidades como a “mala pedagógica” e o teatro que, de forma lúdica, contribuem para o aprendizado de crianças e adolescentes sobre educação ambiental e nutricional.

A Prefeitura de Belém aproveitou a oportunidade para atender um pedido da comunidade escolar feito na primeira edição do programa “Prefeitura no Bairro”, realizado no distrito em abril, e levou uma equipe técnica e pedagógica para ministrar oficina sobre horta domiciliar para os pais e responsáveis dos alunos.

“A escola Pedro Demo desenvolveu o projeto com excelência durante todo esse tempo e levou esse projeto para fora dos muros da escola. Então, nada melhor do que ‘premiar’ essa iniciativa com esse lançamento aqui e atendendo um pedido deles”, afirmou o presidente da Fundação Municipal de Assistência ao Estudante (Fmae), Walmir Nogueira Moraes.

Rafael Baía, de 12 anos, é um dos voluntários que vai ajudar a manter a horta da escola este ano. Apesar da pouca idade, Rafael já é veterano na escola, onde estudou desde os cinco anos até a alfabetização, e deu os primeiros passos para desenvolver o talento que a cada dia ocupa mais espaço na vida dele: o de cuidar de plantas.

“Eu gosto muito de plantar. Quero sempre cuidar de horta. Mas, quero também ter três profissões, a de dentista, veterinário e desenhista”, declarou o menino, decidido a se dividir entre as inúmeras aptidões que vêm descobrindo no ambiente escolar.

Hoje, Rafael estuda na escola Estadual do Outeiro, mas faz questão de manter os vínculos com a antiga escola, onde a irmã mais nova, Yasmin, de 8 anos, estuda. Ele aproveita para se manter perto da horta de seu primeiro espaço de aprendizagem e que o motivou a plantar uma horta na própria casa. E se engana quem pensa que o trabalho ficou para os pais do garoto.

“Não deixo ninguém cuidar da horta. Sou só eu que cuido”, afirmou. Porém, a maior dificuldade que Rafael enfrenta com a horta não é a técnica, é algo que só o tempo ensinará ao menino. “Todo dia vou olhar a horta, se tá crescendo, fico ansioso, e a minha mãe diz que tenho que esperar, ter paciência”, confessou sorrindo.

A mãe do garoto, Sinéia Araújo Baía, 37 anos, fica feliz em ver a evolução do filho com os ensinamentos adquiridos com a horta escolar e, mais recentemente, a horta domiciliar. “Tudo isso tem acontecido por interesse dele, foi ele quem nos pediu a horta em casa, é ele quem cuida, e, graças a Deus, também se alimenta muito bem, de forma muito saudável”, disse Sinéia, que já pensa em vender o excedente da produção da horta para conseguir uma renda a mais no final do mês.

“A gente tem observado que esse projeto abriu uma oportunidade maravilhosa para a agricultura familiar, entre tantas outras coisas, porque muitas crianças se apropriam dessa informação, levam isso para a casa e começam a influenciar os pais também. Isso é muito legal”, declarou a professora da Escola Pedro Demo, Thatiana Gonçalves.

Mãe de duas alunas da escola, Ewelin, de 10 anos, e Emily, de 8 anos, a dona de casa Márcia Corrêa, 32, não se interessava muito por hortas até ver a empolgação das filhas quando chegavam em casa, e que a habitual dificuldade para fazê-las comer verduras começava a ser vencida.

“Elas chegavam em casa sempre alegres contando sobre a horta, levavam verduras que colhiam aqui, passaram a comer bem melhor, então eu comecei a me interessar por ter uma horta em casa também. Só posso elogiar esse projeto”, afirmou Márcia que, na oficina de hoje, aproveitou para tirar dúvidas com a engenheira agrônoma do projeto, Rosana Costacurta, sobre os melhores locais para plantio e como cuidar da terra.

“Sempre entram crianças novas nas escolas, é uma clientela que se renova, então são famílias inteiras que às vezes ainda não sabem o que é uma horta escolar e que também podem fazer isso em casa. É por isso que fazemos constantemente essas oficinas e chamamos as famílias para conhecerem o projeto”, explicou a engenheira a agrônoma.

Resultados – O “Educando com a Horta Escolar e a Gastronomia” atende hoje cerca de 10.500 estudantes, nas 42 escolas em que está presente, e, com o apoio do projeto, 114 hortas domiciliares foram implantadas em 2016.

Para o ano de 2017, a Prefeitura de Belém pretende expandir o projeto para outras dezesseis escolas municipais, são elas: Walter Leite Caminha, Silvio Nascimento, Rotary, Elvira Quadros, Santana do Aurá, Heloisa de Castro, Alfredo Chaves, Amancia Pantoja, Josino Viana, Canto do Uirapuru, Antonio de Carvalho Brasil, Avertano Rocha, Stelina Valmont; e as unidades de Educação Infantil Jesus Maria José, Casa da Amizade e Rosemary Jorge.

“Com certeza vamos ultrapassar o número de 50 escolas atendidas esse ano. Tivemos uma grande procura das escolas e em algumas, pretendemos até ampliar o projeto, como é o caso aqui na Pedro Demo, onde queremos fazer uma produção em larga escala, atendendo não só a parte de educação nutricional e ambiental, mas também o consumo deles, para que seja uma escola sustentável”, finalizou o presidente da Fmae, Walmir Moraes.

Texto: Kennya Corrêa

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