Na escola é fácil perceber a animação dos estudantes quando a aula é de educação física. Para os alunos com deficiência matriculados nas escolas públicas de Belém, não é diferente. E, para atender a esse público cada vez mais e com uma proposta de ensino inclusivo, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação está desenvolvendo o projeto Portas Abertas, que estimula a inclusão de crianças e adolescentes com deficiência, nas aulas de educação física.
A iniciativa é do Instituto Rodrigo Mendes, organização sem fins lucrativos com sede em Cotia, São Paulo, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e Fundação Barcelona, instituição vinculada ao time espanhol de mesmo nome.
No mês de março, dez escolas foram escolhidas para participar do Portas Abertas. Cada escola indicou três pessoas, ligadas à direção escolar, e às funções de professor de educação física e professor de sala de recurso multifuncional, que atende alunos com deficiência, para que passassem por capacitação, elaborassem e executassem projetos voltados para a educação física inclusiva.
A última formação, ocorrida nesta quarta-feira, 16, teve como tema: Currículo Nacional da Educação, voltado para a educação inclusiva. As capacitações foram realizadas no Núcleo de Informática Educativa-Nied.
Na escola República de Portugal, do bairro da Marambaia, os profissionais estão realizando o projeto “Atividades cooperativas nas aulas de Educação Física: um caminho para a inclusão”. As atividades foram o meio utilizado para atrair os alunos com deficiência para as aulas e sensibilizar os demais alunos para que acolhessem sem preconceitos os alunos deficientes.
De acordo com a professora, Ivana Bonfim, o esporte por si só já agrega o espirito de competição. Já nas atividades de cooperação todos têm em mente colaborar, para que no final o resultado seja positivo para todos.
“Eu sempre me incomodava quando um aluno com deficiência, seja ela qual for, não participava das aulas de educação física. Hoje eu sei que não existe limitação. É possível incluir o aluno deficiente valorizando no que ele é bom. E, com as atividades cooperativas eles foram se integrando tão naturalmente ao projeto, de forma lúdica, que a inclusão ocorreu naturalmente. O projeto Portas Abertas veio para respaldar as ações já realizadas e estimular cada vez mais esse tipo de ensino”, disse a educadora.
Nos próximos dias 19 e 20 de outubro uma comitiva formada por representantes do Unicef, Instituto Rodrigo Mendes e do Instituto Barcelona estarão em Belém para conhecer como o projeto está sendo desenvolvido e os benefícios da iniciativa.
Nas demais escolas municipais, todas as aulas de educação física favorecem a presença e a participação dos alunos com deficiência na realização das práticas esportivas.
“É preciso que todos na comunidade escolar possam conhecer, entender e se abrir mais para a inclusão, que é uma prática diária. E na escola é possível perceber que a mudança já ocorreu. Que todos querem fazer parte”, afirmou a coordenadora pedagógica da escola Terezinha Sousa, localizada no bairro do Castanheira, Rossicleide Santos.
Para a diretora do Departamento de Educação Física da Semec e interlocutora do projeto em Belém, Elizabeth Gomes, o projeto é importante para consolidar as ações da Semec na educação inclusiva. “O mais importante é o diálogo que se estabelece entre as partes interessadas na escola, que se unem objetivando a eficácia no desenvolvimento do aluno com deficiência”, ressaltou.
Em todo o país, apenas 15 cidades foram escolhidas para realizar o projeto. Um dos critérios utilizados para a escolha foi a cidade ter sediado jogos da Copa do Mundo de futebol em 2014 ou participar da Plataforma dos Centros Urbanos, do Unicef, que é o caso de Belém. Na capital paraense o projeto é realizado pela primeira vez.
Texto: Aline Saavedra
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								