Envolver trabalhadores, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde – SUS – com os princípios, diretrizes e dispositivos da Política Nacional de Humanização (PNH), fortalecer iniciativas de humanização no HPSM e propor intervenções que aprimorem a rede de atenção em saúde são alguns dos objetivos do Comitê de Humanização do HPSM Mário Pinotti, apresentado aos servidores no auditório do Hospital Santa Casa, em Belém, na ultima semana. O maior hospital de portas abertas da região formou o grupo, inicialmente de 22 profissionais, todos engajados para intervir na melhoria dos processos de trabalho e qualidade da produção de saúde.
O desenvolvimento das ações propostas pela Política de Humanização tem como princípios fundamentais o respeito à especificidade e autonomia dos hospitais. De acordo com a coordenadora municipal de Humanização, Nahima Albuquerque, a criação do comitê é de fundamental importância, pois tem a proposta de aproximar as pessoas e promover ideias inovadoras. “Os Comitês de Humanização são um dispositivo criado pela política nacional de humanização que estamos investindo na rede de saúde do município. O primeiro está sendo no Mário Pinotti, por conta do engajamento e fortalecimento do próprio grupo. O objetivo é envolver trabalhadores, gestores e usuários na intervenção nos processos de trabalho e na qualidade de produção à saúde”, explica, frisando ainda a qualificação dos profissionais que estão à frente do trabalho. “Todos os profissionais de todas as áreas do hospital estão envolvidos e todos os setores representados, inclusive o próprio usuário”.
De acordo com o coordenador do comitê do HPSM Mário Pinotti, Dr. Raimundo Arias, humanizar é oportunizar que as palavras dos envolvidos sejam reconhecidas por todos. “Essa é a oportunidade de organizar o SUS e o HPSM no sentido de fazer com que se melhore a qualidade dos serviços prestados, com uma atenção mais resolutiva, que faça o bem para o usuário. O grupo vai partir dos problemas maiores que são identificados pelas pessoas que compõem o hospital, e fazer uma proposta de intervenção e atuação para corrigir as ações indesejáveis”, detalhou.
Durante a apresentação do comitê, o coordenador estadual de humanização, Guilherme Martins, parabenizou a prefeiturade Belém pela iniciativa. Para o diretor do departamento de urgência e emergência da Sesma, Ivison Carvalho, a humanização deve ser uma política transversal. “Desde a gestão municipal até os servidores devem estar cientes de que é preciso prestar um atendimento adequado à população. Os relatórios comprovam que o Pronto Socorro recebe centenas de pacientes por dia e dá a resolutividade que eles necessitam”, acrescentou.
De acordo com o diretor geral do hospital, Orlando Brito, o compromisso com a pessoa que recebe um atendimento na rede, sejam quais forem as motivações, deve ser de todos. “Cabe a esta rede promover as ações, campanhas, programas e políticas assistenciais, tendo como base a ética, o respeito, o reconhecimento mútuo, a solidariedade e responsabilidade. Fico muito feliz de ver um trabalho como este, sendo efetivado dentro do PSM da 14”.
O titular da Sesma, Sérgio de Amorim Figueiredo, afirma que é compromisso da atual gestão apoiar e promover políticas de humanização na rede municipal de saúde. “O PSM da 14 é hoje a maior porta de entrada do SUS, e é para onde todos os pacientes que necessitam de atendimento vão e têm acesso. Os desafios são enormes, já que o município de Belém pactua com praticamente 143 municípios através da Programação Pactuada Integrada (PPI). Humanizar a assistência à saúde é dar lugar não somente à orientação do usuário como também à palavra do profissional de saúde, de forma que ambos possam fazer parte de uma rede de diálogo”.
Texto: Kezia Carvalho
