Uma roda de carimbó marcou as comemorações da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), pela declaração do carimbó como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), nesta quinta-feira, 11. A festa tomou conta da capital paraense, começou no Ver-o-Peso nas primeiras horas da manhã só terminou à noite, no complexo Ver-o-Rio.
A programação, ainda na expectativa pela decisão do Conselho Consultivo do Iphan, começou ás 6h, com a alvorada de queima de fogos e apresentação de grupos de carimbó. Logo depois os principais mestres e grupos folclóricos do Pará se reuniram na Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves (Centur), onde a ministra da Cultura, Marta Suplicy, anunciou a decisão oficializou o titulo cultural. “O carimbó tem o gosto do Pará. Se não fossem vocês, nós não teríamos o carimbó. Foi uma luta dura, mas acabou ganhando sua aprovação por unanimidade”, declarou.
O título foi resultado da campanha “Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro”, que envolvu vários mestres, grupos e comunidades de carimbó de todo o Pará.
Dina Saraiva, do grupo de carimbó “Felicidade não tem idade”, de Marapanim, foi uma das primeiras dançarinas a chegar para a comemoração do título e comentou a importância da decisão do Iphan para a cultura paraense. “Foi uma busca constante, e agora eu posso dizer que eu tenho uma cultura com reconhecimento nacional”, concluiu Dina.
O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan, em Brasília, finalizou o processo na manhã desta quinta. Isaac Loureiro, coordenador da campanha, conta que o movimento teve início em 2005. “Nossa primeira reunião foi em Santarém Novo, quando fazíamos um festival de carimbó. Dentro desse evento começamos a discussão do carimbó como patrimônio. Depois de três anos fomos ampliando as ações do movimento para cada comunidade dando sustentação ao movimento”, relatou o coordenador.
As comemorações encerraram no Ver-o-Rio, onde o grupo “Frutos do Pará” animou o publico presente. A coordenadora e coreógrafa do grupo, Nazaré Azevedo, relatou agora, o dia 11 de setembro é uma data histórica para o povo paraense. “O frevo é reconhecido, o samba é reconhecido e aí, faltava aqui. É nossa riqueza cultural, temos muita coisa pra mostrar. Hoje, o carimbó sendo reconhecido como patrimônio cultural, o que é importante até para divulgação do próprio Pará”, afirmou.
Texto: Hugo Figueiredo
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								