Desde 2007, quando começaram a ser implantadas pela Secretaria Municipal de Educação (Semec), as salas de recursos multifuncionais vêm mudando a realidade de dezenas de crianças portadoras de necessidades especiais na capital. Dotadas de recursos pedagógicos e de acessibilidade adaptados à necessidade de cada aluno, além de uma equipe de professores especializados que acompanham caso a caso, as salas estão presentes, hoje, em 33 escolas da rede municipal, e atendem 570 alunos com diferentes deficiências (física, auditiva e visual e intelectual), portadores de transtorno global do desenvolvimento ou com altas habilidades (superdotados).
A Escola Antônio de Carvalho Brasil, no bairro da Cremação, é um dos estabelecimentos de ensino que conta com sala de recursos multifuncionais, há três anos, e atualmente atende cerca de 30 alunos nos turnos da manhã, tarde e noite. No espaço atuam três professores especializados na Educação Especial, disponibilizados pelo Centro de Referência em Inclusão Educacional (CRIE) Gabriel Lima Mendes, que ainda concede profissionais para acompanhar cada estudante também no ensino regular.
Segundo a pedagoga Denise Marruaz, de segunda a sexta o aluno assiste aula na turma regular e, uma vez por semana, recebe atendimento na sala de recursos multifuncionais. "Aqui o aluno recebe atendimento individual, pois assim tem uma atenção especial dos professores e desenvolve melhor as atividades. Inclusive, nós recebemos estudantes no turno da noite, vindos do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Além disso, todas as sextas-feiras nos reunimos para planejar novas formas de aprimorar o ensino", diz a professora.
Além do material que a Prefeitura de Belém cede à escola, os educadores também criam novos objetos a partir de materiais recicláveis, como brinquedos feitos a partir de tampas de refrigerante. Tudo isso, amplia ainda mais as opções e formas de desenvolvimento do processo educativo das crianças e adultos atendidos nesses espaços.
A dedicação dos profissionais, os materiais didáticos que estimulam o desenvolvimento das atividades e o acompanhamento dos pais são fatores que ajudam a melhorar consideravelmente o desempenho desses alunos, como conta a professora Fátima Barata. "Algumas crianças entram totalmente tímidas e, com o passar do tempo, passam a se comunicam mais, apresentam notas mais satisfatórias… Isso tudo é muito gratificante para nós", relata.
Sofia dos Santos, de apenas 8 anos, nasceu com paralisia infantil e é a prova do quanto a inclusão desse tipo de recurso nas escolas é importante. "Ela adora estar nessa sala, gosta muito dos brinquedos, dos jogos, e melhorou muito o rendimento na escola quando passou a receber esse atendimento", conta a mãe Dinaelma dos Santos.
Ela conta, ainda, que quando matriculou Sofia na escola não sabia da existência do espaço. "A diretora da escola disse que havia uma sala especialmente preparada para as necessidades da minha filha e ofereceu o atendimento, o que eu prontamente aceitei. Achei ótimo, pois ela tem os mesmos direitos que qualquer criança a uma educação de qualidade", completou.
Texto: Emerson Santos
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								