Em alusão ao mês junino e ao aniversário do poeta Ruy Barata, a Secretaria Municipal de Educação (Semec) realizou nesta sexta-feira, 25, o Arraial Literário para marcar o encerramento da II Semana Municipal do Livro e do Autor Paraense, criada pela Lei Nº 9371 de 3 de maio de 2018. O objetivo foi e promover, divulgar, integrar os livros e seus autores paraenses, contemporâneos ou não, com o público leitor, dando com ênfase aos jovens leitores nas escolas e em outros locais da cidade.
Sob a coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas Escolares (Sismube), o evento foi realizado no salão Pérola da sede da Semec, localizada na Governador José Malcher. A programação cultural contou com exposição do Jirau Literário, com obras de autores paraenses, entre elesm servidores da rede municipal de ensino, professores que atuam em bibliotecas escolares e salas de leitura.
Escritor – A professora Uendy Feitosa, que atua no Centro de Referência em Inclusão Educacional Gabriel Lima Mendes, foi uma das educadores que fez a exposição do seu livro “E quem disse …que não falo?”, que conta a história de um papagaio surdo que se comunica com as “mãos”, por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
“O livro faz parte de uma coleção de seis volumes e foi escrito na pandemia. Toda vez que ia trabalhar em escola não via material. Fiquei muito feliz de expor aqui na Semana do Livro e do Autor Paraense. Não é toda gestão que a gente tem o apoio à cultura, à leitura”, contou Uendy, especialista em Educação Especial.
Um sarau líteromusical intitulado “Roda Palavra” também fez parte da programação cultural, com a participação das escritoras e escritores presentes. O Sismube organizou ainda o lançamento do projeto “Literatura na Tela: vozes do Pará”, com registros audiovisuais da vida e obra de escritores paraenses e que disponibilizará em suas redes sociais. Além disso, houve também exibição de vídeo alusivo ao centenário de Paulo Freire, que será celebrado em setembro e pretende alfabetizar mais de 30 mil pessoas até 2024, tornando Belém uma cidade alfabetizada e território livre do analfabetismo.
Público – Professores de bibliotecas escolares e alguns alunos prestigiaram o Arraial Literário. A professora Roseni Sales, que atua na biblioteca escolar Maria da Paz, da Escola Municipal Walter Leite Caminha, no bairro do Mangueirão, conta que sempre apresenta obras de autores paraenses para os alunos.
“É muito importante a gente trabalhar o autor paraense, porque a criança se identifica com o texto que, normalmente, fala sobre a nossa regionalidade, assim como conhecer o escritor que fazem parte dos encontros que promovemos na escola”, contou a educadora, que durante a pandemia criou o Banzeiro Encantado que, por meio de vídeos, conta as histórias dos autores paraenses.
Ela estava acompanhada da Kiara Nunes, de 9 anos, estudante do 5º ano. “Tenho muita saudade da escola. Acho muito legal a nossa biblioteca. Com a pandemia a gente lê virtualmente. Fiquei encantada com o livro Chuvas do meu Pará, de Beto Siqueira. Ele fala da balareira, das brincadeiras na rede”, contou.
A professora Nailce Ferreira, da Escola Municipal Helder Fialho, em Outeiro, estava com o livro intitulado Sentimentos se transformam em palavras, com a participação de alunos da educação de jovens, adultos e idosos. “O livro foi inspirado na obra Memórias do quintal, de Alfredo Garcia. Os alunos foram construindo suas próprias memórias”, disse Nailce. A ex-aluna Maria Regina dos Santos Rosário, de 68 anos, conta que foi muito bom participar do projeto. “Na infância e adolescência não tive oportunidade de estudar, porque aos 8 anos fui trabalhar em casa de família. E no texto “Infância” conto a minha história. Eu sonhava em ser guardadora de livros, era como chamava o bibliotecário”, disse.
Sismube – o Sistema Municipal de Bibliotecas escolares (Sismube) atende em 83 bibliotecas escolares do município e com o projeto itinerante Baú das histórias, com um acervo de mais de mil livros da literatura infantil. Em 2021, o Sismube lançou o Edital nº 001/2021, com o tema Biblioteca Viva: entrelaçando Literatura, Culturas e Diversidades, para orientar as ações de bibliotecários e professores mediadores de leitura da rede municipal de ensino.
No calendário letivo estão eventos que devem ser desenvolvidos nas bibliotecas entre os meses de abril e novembro de 2021, entre eles, a Semana Municipal do Livro Infantojuvenil e Dia Internacional do Livro, II Semana Municipal do Livro e do Autor Paraense, Relato de Experiências dos Projetos realizados nas Bibliotecas Escolares e Cuíra Literária: Socializando Saberes e Fazeres.
Ao final a secretária de Educação, Márcia Bittencourt, entregou a portaria de Elogio para 110 profissionais que atuaram na campanha de vacinação dos profissionais da educação.
O Arraial Literário foi realizado dentro dos protocolos sanitários de combate a Covid-19, com segurança, mantendo o distanciamento social, uso de máscaras e álcool em gel e com o tradicional banho de cheiro.
Texto: Tábita Oliveira
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								