A Secretaria Municipal de Educação (Semec) acaba de abraçar a campanha “Fora da Escola Não Pode!”, promovida pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), que visa garantir o direito de aprender de cada criança e adolescente no Brasil. A primeira ação conjunta foi promovida nesta terça-feira, 25, com a live Busca Ativa Escolar Permanente, encontro formativo para preparar a rede municipal de ensino, nesta ação de enfrentamento à exclusão e evasão escolar, agravada na pandemia da Covid-19.
Durante as boas-vindas aos secretários escolares, coordenadores e diretores, a diretora geral da Semec, professora Araceli Lemos reafirmou a política pública educacional da Semec ao se comprometer com a Busca Ativa Escolar.
”Essa questão tem que ser enfrentada com muita vontade política, de aumentar o número de escolas, de vagas e de, sobretudo, trazer crianças, jovens e até adultos para espaços prazerosos. Porque parte da exclusão se dá pela falta de encantamento com a escola. Estamos trabalhando muito para fazer que a nossa escola encante as nossas crianças, jovens, adultos e idosos”, disse.
Com o tema “Exclusão social escolar: desafios e superação na Amazônia”, a formação foi dividida em dois momentos. Primeiro, com a participação de Nayana Góes, consultora para Proteção e Educação, do Unicef, que apresentou um panorama da exclusão escolar. Segundo, com a professora mestre Márcia Carvalho, coordenadora municipal do Programa Bolsa Família–Educação, integrado ao Programa Bora Belém, para apresentar como será realizada a Busca Ativa Escolar no município.
Cenário – Nayana Góes destaca alguns dados da pesquisa realizada pelo Unicef e a estratégia nacional do Busca Ativa Escolar. “Belém aderiu recentemente à campanha e estamos muito felizes. Toda capital do estado é uma vitrine para os outros municípios. O estudo “Cenário da exclusão escolar”, feito pelo Unicef, mostra que no Pará 610 mil crianças e adolescentes ficaram excluídos da educação na pandemia. No panorama nacional, o Brasil vinha avançando lentamente no acesso à escola. Mas, com a pandemia, o país regrediu. Mais de 5 milhões de crianças de 6 a 17 anos não tiveram acesso, dados semelhantes ao do ano 2000. Este estudo nos alerta para os impactos da pandemia, que leva ao aumento do trabalho infantil, exposição a diversas violências”, explica a consultora.
Para combater esta realidade, o Unicef criou a Busca Ativa Escolar como estratégia, que tem uma plataforma que disponibiliza o compartilhamento de informações da realidade de cada escola e formações para os profissionais da educação para auxiliar na busca ativa escolar. “O Busca Ativa Escolar é uma estratégia que inclui uma plataforma para acompanhar essas criança, pois a escola precisa ser um espaço acolhedor, para que, no retorno, essa criança não evada novamente”, disse Nayana.
Bora Belém – O programa tem a missão de enfrentar a exclusão social, que leva mães e filhos para a situação de pobreza, com o auxílio financeiro de até R$ 450. Fazem parte do programa as Secretarias de Planejamento (Segep), Educação (Semec), Saúde (Sesma), Assistência Social (Funpapa), e de Economia (Secon/Fundo Ver-o-Sol.). Márcia Carvalho pontua que, atualmente, o programa atende 3.773 famílias. “O Busca Ativa Escolar da Semec vai mapear as crianças e adolescentes fora da escola e capacitar os operadores escolares. Além de promover o empoderamento e autonomia financeira das famílias comandadas por mulheres, mães solos”, explica Márcia.
Texto: Tábita Oliveira