Colocar em prática o que muito é discutido no cotidiano por professores e equipes pedagógicas é o maior desafio na educação, não só no município de Belém, mas em todos os estados que compõem o país. Para proporcionar a troca de experiências no âmbito educativo e discutir a realidade das mais diversas regiões do Brasil de maneira avaliativa, foi realizado o Seminário “Redes, educação e transformação Social”. O evento ocorreu nos dias 30 e 1º de outubro no Auditório David Mufarrej da Universidade da Amazônia (Unama) e reuniu 543 participantes entre universitários dos cursos de Serviço Social, Pedagogia e Letras e também professores e diretores de escolas estaduais e municipais.
O seminário, que foi a culminância de atividades já desenvolvidas há dois anos nas escolas pelo Projeto Rede Escola Cidadã, teve como objetivo a apresentação no debate do papel das redes do campo da educação na transformação da realidade brasileira, além de discutir experiências concretas, perspectivas e desafios da atuação da sociedade civil pelo direito à educação de qualidade. Ele está inserido dentro do Projeto Rede Escola Cidadã, realizado pelo Instituto C&A e Fundação Instituto para o Desenvolvimento da Amazônia (Fidesa), com parceria da Secretaria Municipal de Educação (Semec).
O Rede Escola Cidadã é uma ação interinstitucional constituída para fortalecer vínculos familiares e comunitário como mediação básica para construir cultura de paz no espaço escolar que visa a qualidade educacional através da contribuição e articulação de programas, projetos e serviços para que a escola seja um espaço mais atrativo.
Para Ana Cláudia Borba, diretora da Escola Municipal Amália Paumgarten, os resultados discutidos em encontros anteriores promovido pelo Projeto já são visíveis e muito positivos. “O apoio da Semec ao projeto tem sido fundamental e essa parceria já tem revelado inúmeros efeitos favoráveis. Percebemos essa melhora significativa quando vimos no desfile escolar uma atividade de paz do início ao fim entre nossos estudantes, o que antes não ocorria”, observa a educadora.
Com as exposições dos trabalhos no seminário foi possível trocar experiências educacionais não somente nas redes de ensino de Belém e do Pará, mas também de outros estados. “A intenção foi ampliar esse olhar para a educação para que de núcleo em núcleo, todos consigam pautar uma educação responsável e de qualidade”, pontuou Silen Ribeiro, integrante da Rede Maranhensede Justiça Juvenil.
Educação do Campo
Também participou do seminário a comitiva formada por trinta integrantes do Programa Redes e Alianças (PRA), projeto lançado em 2010 pelo Instituto C&A, em São Paulo, com o objetivo de desenvolver e fortalecer o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente, que socializou experiências vividas em suas regiões e também no cenário amazônico. Em palestra, expuseram projetos e pesquisas dos diversos cenários educativos e fizeram observações acerca da educação ribeirinha em Belém, presenciada no último dia 29,em escolas ribeirinhas e unidades pedagógicas da região das ilhas da capital.
“Estou muito feliz pela avaliação feita sobre a educação ribeirinha do município de Belém,O que mais me chamou atenção foram os relatos comparativos de realidades ribeirinhas de outros municípios do estado. Estamos à frente com relação a recursos disponibilizados pela Prefeitura de Belém, sobretudo, pela garantia do transporte escolar que não deixa de ser um incentivo enorme para o aumento do índice de frequência e permanência dos alunos na unidade escolar. É uma felicidade enorme saber que o que para muitos ainda é um sonho, para nós já é realidade”, disse contente. Regina Pacheco, coordenadora pedagógica da Escola Municipal Milton Monte, durante a palestra “Educação e Diversidade: negritude, indígenas e ribeirinhos”.
Texto: Natasha Albarado
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								