Nesta segunda-feira, 22, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) e do Departamento de Necrópoles (Dane), iniciou a vacinação contra a Covid-19 dos trabalhadores que atuam de forma direta nos sepultamentos nos cemitérios públicos da capital. A ação ocorreu nos cemitérios do Tapanã; no Santa Izabel, no bairro Guamá; no Santa Isabel, no distrito de Icoaraci; e no São Jorge, no bairro Marambaia.
No primeiro dia de imunização, 19 trabalhadores do Santa Izabel, seis do São Jorge, oito do Tapanã e seis de Icoaraci foram vacinados. Elas foram imunizados com a 1ª dose da vacina produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com a empresa chinesa Sinovac. A vacina foi aplicada no próprio local de trabalho, e a segunda dose está prevista para o período entre 5 e 19 de abril.
Atuando na linha de frente do combate à pandemia, os trabalhadores foram incluídos, após a solicitação do secretário municipal de Urbanismo, Deivison Alves, à Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), visto que os profissionais que desenvolvem atividades no cemitério, apesar de seguirem os protocolos de prevenção, estão sempre muito expostos aos riscos de contaminação.
”Os coveiros são aqueles que estão na verdadeira linha de frente, porque têm contato tanto com as pessoas que estão sendo sepultadas, como com as famílias que tiveram contato com seus entes queridos. Acredito que hoje estamos dando mais tranquilidade para os servidores”, relatou o secretário.
Segundo a agente distrital de Icoaraci, Ellana Silva, “a Lei 14.023 de 2020 insere os coveiros no rol de profissionais considerados essenciais, dessa forma, é imprescindível a adoção de medidas imediatas que preservem a saúde e a vida deles, sobretudo por serem o último elo da cadeia sanitária.”
Para todos – “Eu digo sim para a vacina. E vacinação já para todos. É um direito”, comemorou após ser vacinado, o servidor municipal Edivaldo de Oliveira Filho, 59 anos, responsável por verificar processos de exumação e identificar levantamento de túmulos nos cemitérios.
Clodoaldo Costa, 61 anos, coveiro há vinte anos do cemitério Santa Izabel, também festejou a imunização. “Foi um ano de muito sofrimento. Em alguns momentos dessa segunda onda, não aguentei e chorei durante o serviço. Vimos diariamente muitas famílias desesperadas com a morte do parente. Graças a Deus estamos sendo vacinados. Agora podemos trabalhar com uma segurança a mais”, revelou.
“Do fundo do coração, agradeço tudo o que foi feito por nós neste momento. Receber a vacina é um motivo de muita alegria. Pelo serviço que a gente realiza no cemitério e exposição ao vírus, estar imunizado é importante, principalmente, para proteger a nossa família”, disse Manoel Melo, 62 anos, que há quarenta anos trabalha no cemitério São Jorge.
“Desde o início da pandemia, os coveiros dos cemitérios municipais vêm trabalhando com afinco e dedicação, e sentiram, a partir da vacinação realizada, o reconhecimento dos seus esforços dedicados. É válido ressaltar que os coveiros fazem parte do grupo de trabalhadores que lidam com uma grande exposição ao vírus durante o manuseio das urnas funerárias de pessoas que faleceram em decorrência da Covid-19”, explicou o diretor do Departamento de Necrópoles (Dane), Lucas Farias.
Texto: Igor Monteiro