Com a proximidade do período chuvoso, aumentam os casos de dengue e, agora, o risco de ocorrerem os primeiros casos de febre Chikungunya no município. Diante dessa realidade, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), realizou, nesta terça e quarta-feira, 25 e 26, uma capacitação para mais de 200 servidores da rede de saúde de Belém. Também estão sendo ministradas palestras sobre doença de Chagas aguda e ebola.
De acordo com a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Orliuda Bezerra, o curso é necessário para que os profissionais de saúde estejam aptos a garantir uma rápida identificação dos casos suspeitos dessas doenças e, assim, possam proporcionar diagnóstico precoce e tratamento imediato aos pacientes. “A Vigilância tem que estar atenta ainda nesta fase pré-sazonal, quando há tempo de treinar a equipe antes que as doenças comecem a ocorrer. Essas orientações são para que as notificações sejam imediatas e com máximo de eficiência”, ressaltou.
A febre chikungunya é considerada uma doença emergente, nova até mesmo nos currículos dos cursos de medicina e de especialização. Por isso, diante de uma possível epidemia no país, o Ministério da Saúde encaminhou médicos aos locais de autoctonia da doença para adquirirem experiência no manejo clínico da enfermidade e para embasar o protocolo de atendimento no Brasil.
“As chances de ocorrência de casos de Chikungunya aqui em Belém devem aumentar com a chegada das chuvas, período em que o vetor, o mosquito Aedes, encontra facilmente, depósitos para seus ovos. Também temos que ver que já há ocorrência de casos autóctones no Amapá e que o intercâmbio desse Estado com o Pará e Belém é muito grande”, alertou o palestrante Agostinho Limeira, médico sanitarista.
Os profissionais de saúde foram orientados quanto aos sintomas, diagnóstico e tratamento das duas doenças, dentro das especificidades de cada uma. “Enquanto a dengue causa dores musculares, possui quatro tipos de vírus circulantes e pode ocorrer de forma hemorrágica, o Chikungunya é responsável por intensas dores articulares, possui apenas um tipo de vírus, tem baixa mortalidade e uma vez adquirido, nunca mais acomete a mesma pessoa, que fica imune o resto da vida”, explicou Agostinho Limeira.
O palestrante frisou ainda que as dores causadas pelo Chikungunya podem ser incapacitantes, quando o paciente evolui para a forma crônica da doença. Ele também afirmou que Belém ainda está no nível zero para Chikungunya, classificação feita pelo Ministério da Saúde para indicar que o município teve apenas notificações de casos importados.
Estatísticas – Do início do ano até agora, 20 casos de febre Chikungunya foram notificados pela Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria (DVE/Sesma), dos quais seis foram confirmados laboratorialmente, cinco estão aguardando resultados e nove foram descartados. Todos os seis casos confirmado são importados.
Já a dengue, no período de janeiro a outubro de 2014, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos e Notificações do Ministério da Saúde, 265 casos foram confirmados e nenhum óbito foi registrado.
Texto: Paula Barbosa