Sesma capacita Agentes de Saúde para atendimento a usuários de drogas

Mais de 500 Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) da rede de atenção básica da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) estão passando pela capacitação do Projeto “Caminhos do Cuidado”, oferecido pelo Ministério da Saúde e com ênfase na qualificação do atendimento de saúde mental para usuários de crack, álcool e outras drogas e seus familiares. O projeto é integrado à política nacional de combate às drogas “Crack, é Possível Vencer” e do pacto do acolhimento "Belém pela Vida".

A capacitação está dividida em quatro turmas. A primeira teve aulas de 9 a 12 de fevereiro e a segunda iniciou no dia 23 e finaliza o curso nesta quinta-feira,26. As demais turmas serão iniciadas na próxima semana, na Escola Técnica do Sistema Único de Saúde (Etsus). O curso também objetiva contribuir com a formação dos ACSs para que estes possam atuar como agentes de mudança nas práticas de cuidado em saúde mental e uso prejudicial de drogas.

De acordo com Adelaide Baia, coordenadora da Referência Técnica de Saúde Mental da Sesma, o projeto tem como uma das suas metas preparar os ACSs e os auxiliares técnicos de enfermagem para desenvolverem ações de cuidado e de redução de danos à saúde das pessoas, sempre respeitando as características e demandas de cada situação e de cada usuário.

“O curso desperta o interesse de toda a equipe que trabalha com as Estratégias Saúde da Família. Estamos iniciando pelos agentes para proporcionar um maior engajamento na atenção básica, de forma que possam reconhecer as singularidades de cada situação e traçar formas de tratamento e de construção de redes de cuidado voltadas para a defesa da vida. Estamos em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), que também enviou tutores para este momento”, explica Adelaide.

Para a ACS da Estratégia Saúde da Família do Paracuri II, Adriana Paixão, a capacitação deu uma visão mais ampliada sobre a rede de saúde disponível para o atendimento aos usuários de drogas. “Agora já ficou claro a quem podemos recorrer quando nos depararmos com essa necessidade de atendimento na nossa rotina de visitas às famílias”, diz.

Gleice Oliveira, ACS da ESF Agulha, também ressaltou a importância da capacitação. “Enquanto ACS, lido com público diversificado e uso o meu conhecimento adquirido ao longo das minhas experiências. Com este curso, podemos aprofundar e conhecer tecnicamente o tema. Ao mesmo tempo, ganhamos sensibilidade para reduzir os danos a essas pessoas, que estão em situação delicada”, destaca.

Durante a capacitação foram desenvolvidas dinâmicas em grupo, palestras e recursos áudiovisuais, que serviram de instrumentos de intervenção e de dispositivos para reconhecer as situações problemáticas presentes no dia a dia da área de atuação de cada servidor, bem como facilitar o acolhimento necessário dos usuários, por meio da mobilização e articulação de uma rede de apoio social e comunitária. “Essas ações devem estar de acordo com as competências da atenção básica, com foco na promoção da saúde e prevenção das doenças, favorecendo assim a lógica da redução de danos e das ações não manicomiais”, conclui Adelaide.

Texto: Paula Barbosa

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