Sesma continua vacinando contra o HPV em escolas públicas e particulares

Mesmo estando disponível em todas as salas de vacina de Belém diariamente, ainda é baixa a procura pela vacina contra o Papiloma Vírus Humano (HPV). De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), das 46.363 doses que deveriam ser aplicadas, apenas 9.608 meninas, na faixa etária de 9 a 12 anos se vacinaram em 2015, o que representa apenas 20% do grupo que deveria ser atingido.

Para chegar a este público-alvo, a Sesma tem promovido vacinação nas escolas públicas e particulares, como estratégia de atingir as adolescentes e sensibilizar os pais e responsáveis quanto a importância da imunização. Nesta sexta-feira, 20, mais de 100 meninas receberam a vacina contra o HPV na Escola Municipal Prof. Gabriel Lage, no Tapanã.

De acordo com Nazaré Athayde, coordenadora do Programa Municipal de Imunizações, a vacinação contra o HPV é fundamental para que as meninas hoje vacinadas não tenham câncer de colo de útero no futuro. “A vacina protege contra os tipos de vírus HPV mais comuns, o que futuramente deve diminuir consideravelmente a incidência da doença, que hoje é a terceira causa de morte no país. Vacinando as meninas, nós também protegemos os meninos contra o HPV”, afirma.

Sabendo da importância da vacina, a estudante Jhenyfer Paloma Alcântara, 9 anos, aluna do 4º ano, aguardava ansiosa a sua vez de receber a vacina. "Acho que dói um pouco, mas é pra nossa saúde", diz, sendo complementada pela mãe, Ana Alcântara, estudante de Pedagogia. "E para não ter câncer de colo de útero no futuro. Para nós mulheres, a vacina é uma vitória, pois este tipo de câncer é severo", afirma.

Para o pedreiro Leandro Rosário, pai da estudante Monique Azevedo,11 anos, a importância da vacina contra o HPV é uma desconhecida, mas ele sabe que fez um grande bem pela filha. "Ela veio porque a mãe autorizou e se informou sobre a vacina. Eu não sei ainda sobre porque ela deve vacinar, mas todo mundo sabe que a vacinação é uma proteção", disse Leandro.

A vacinação nas escolas só é feita mediante a autorização dos pais e responsáveis. “Antes do dia da vacina, nós enviamos uma equipe até à escola para que faça uma palestra para orientação e esclarecimentos da equipe pedagógica, dos pais e dos alunos. Só depois disso, é que iniciamos a vacinação. Esse trabalho fomenta a nossa integração com a comunidade”, explica Salenild Pinheiro, gerente da Unidade Municipal de Saúde do Tapanã, que até o fim de maio deve promover a vacinação em oito escolas.

O diretor da escola, Alcemir Rodrigues, ressalta que o trabalho preventivo reforça a parceria entre saúde e educação para a promoção da proteção das meninas, no caso da vacina contra o HPV. "É a segunda vez que fechamos essa parceria, reforçando a nossa função social também", garante.

O agendamento das escolas fica sob a responsabilidade das unidades de saúde. “As meninas que perderem a vacinação nas escolas e que estiverem na faixa etária ou atingirem a idade de 9 anos após a data da vacina no estabelecimento de ensino, devem procurar os postos de saúde para a imunização contra o HPV", alerta Nazaré Athayde.

A vacinação é feita em duas doses (2ª dose após seis meses) e protege as meninas contra os tipos de HPV 6, 11, 16 e 18, sendo os dois últimos responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo de útero.

O agendamento das escolas pode ser feito na Unidade Municipal de Saúde (UMS) mais próxima ou com a coordenação municipal de Imunização, através dos telefones: 3344-2459 ou 98417-0332

Texto: Paula Barbosa

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