Sesma implanta programa de assistência domiciliar de saúde

A partir desta quarta-feira,13, a Secretaria Municipal de Saúde oferece uma nova modalidade de assistência à saúde no município, com a implantação do programa “Melhor em Casa”. Trata-se de atendimento de doentes acamados para reabilitação no próprio domicílio.

O programa consiste em proporcionar celeridade no processo de alta hospitalar, proporcionando redução das complicações de doenças (intercorrências clínicas), diminuição dos riscos de infecção hospitalar e otimização de leitos.

Belém foi contemplada pelo Ministério da Saúde com Equipes Multidisciplinares de Atenção Domiciliar (Emads), compostas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais, fisioterapeutas, motoristas e assistentes administrativos, e Equipes Multidisciplinares de Apoio (Emaps), compostas por psicólogos, nutricionistas e farmacêuticos.

As Emads estarão sediadas nas Unidades Municipais de Saúde da Sacramenta e do Benguí II, bairros com até 100 mil habitantes, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Cada Emad poderá atender 60 pacientes, que serão encaminhados pela Atenção Básica, pelos Hospitais de Pronto-Socorro Mário Pinotti e Humberto Maradei Pereira, pela Unidade de Pronto-Atendimento de Icoaraci e por solicitação dos próprios familiares feitas nas Unidades de Saúde com Emad.

Podem receber o atendimento do Melhor em Casa pessoas com úlcera de decúbito (escara), doenças crônicas pulmonares, problemas respiratórios com necessidade de oxigenoterapia domiciliar, condições que necessitam de medicamentos parenterais (injeções intramuscular, endovenosa, intradérmica e subcutânea, além das administrações sublingual e retal), sequelados de Acidente Vascular Cerebral, com cardiopatias, hepatopatias crônicas, neoplasias, HIV, Parkison e Alzheimer e que necessitem de monitoramento de sinais vitais.

As coordenadoras do programa Melhor em Casa, Karen Tavares e Eunice Costa, explicam que a assistência domiciliar também pode ser feita para reabilitação de pessoas com deficiência permanente ou transitória, acompanhamento de recém-nascidos com baixo peso, necessidades de exame laboratoriais de rotina, nutrição parenteral, vítimas de acidentes de trânsito, cuidados com traqueostomias, adaptação do usuário ao uso de sondas e ostomias, aspiração das vias aéreas e cuidados paliativos.

“É um avanço muito grande para a saúde no município. Com organização, temos tudo para atingir ótimos resultados. A atenção domiciliar permite compreender o indivíduo dentro do seu lar, com assistência integral e resolutiva, atrelada ao apoio emocional, que pode favorecer a cura ou um tratamento contínuo mais humanizado”, enfatizam as coordenadoras.

Elas explicam também que cada paciente precisará de um cuidador, que será designado entre seus familiares e receberá o treinamento da Emad para que possa cuidar do paciente na ausência da equipe do programa.

Para a coordenadora da Referência Técnica de Humanização da Sesma, Nahima Albuquerque, a atenção domiciliar pressupõe uma modalidade de atenção à saúde substitutiva às já existentes, onde o paciente tem a oportunidade de dar continuidade ao tratamento em casa, com a família e o amparo necessário para assegurar melhora na qualidade de vida. “Com base na Política Nacional de Humanização, a garantia do cuidado em domicílio proporciona a construção de vínculo, escuta qualificada e, principalmente, garante a integralidade da atenção e responsabilização dos sujeitos envolvidos na produção da saúde. Sendo assim, o Programa Melhor em Casa implantado no município promove a reorganização do processo de trabalho pela equipe, baseada em uma prática humanizada e resolutiva, envolvendo promoção, prevenção e reabilitação do paciente”, frisa.

O secretário municipal de Saúde, Sérgio de Amorim Figueiredo, reforça o caráter mais humano que a implantação do Melhor em Casa permitirá aos pacientes, que poderão ser transferidos dos hospitais para suas casas, onde vão receber atendimento com qualidade e maior suporte emocional, ao lado da família. “Não há prazo de permanência no programa. Enquanto o paciente necessitar do tratamento, nossas equipes competentes irão assisti-lo, obedecendo aos critérios do programa”, esclarece o titular da Sesma.

O paciente pode ser desligado do programa em casos de piora clínica que justifique a internação hospitalar, mudança da área de abrangência, impossibilidade do cuidador, recusa do paciente, recuperação que permita seu deslocamento até a Unidade de Saúde do seu bairro, ou cura.

Texto: Paula Barbosa

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