Sesma monitora primeiro caso de febre do chikungunya confirmado em Belém

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) confirmou o primeiro caso importado de febre do chicungunya no município. De acordo com a Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE), no último dia 20 de agosto, o órgão foi notificado pelos profissionais de saúde da Unidade Municipal de Saúde da Marambaia sobre um caso suspeito de febre do chikungunya. O paciente, um homem de 47 anos, originário de Saint-Rose (Ilha de Guadalupe – território francês no Caribe) está em Belém passando férias com a esposa e a filha.

“O paciente relatou que no dia 19 de agosto, começou a sentir dor de cabeça intensa. Os sintomas evoluíram para artralgia e mialgia (dores nas articulações e nos músculos), febre elevada e adnamia (fraqueza muscular). Ele procurou atendimento na UMS Marambaia, onde recebeu assistência. Passou por avaliação médica e, diante da melhora do quadro sintomático, retornou à sua residência. Ele também relatou que há casos da febre do chikungunya em sua família, no Caribe”, explica Leila Flores, coordenadora da DVE.

A equipe da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Sesma realizou a investigação do caso, com coleta de amostras para isolamento viral para chikungunya e dengue. As amostras foram enviadas ao Laboratório Central do Estado (Lacen) e depois aoo Instituto Evandro Chagas, que realizou exame com resultado positivo para Chikungunya.

“O paciente está em bom estado geral, sem sinais de agravamento do quadro. Ele infomou à DVE que prosseguirá em viagem de férias com a família para o município de Santarém. Diante disso, a Sesma já foi informada sobre o local onde a família ficará hospedada e repassou as informações para o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs/Sespa) a fim de comunicar a Secretaria de Saúde de Santarém para monitoramento. Enquanto permanecer em Belém, o paciente continuará sendo monitorado pela Divisão de Vigilância Epidemiológica da Sesma”, explica Leila Flores.

No momento a Sesma intensifica as ações de controle do mosquito Aedes Aegypti no bairro onde está hospedado o paciente para que haja o bloqueio da transmissão do vírus. O local permanece sob vigilância da DVE.

Sobre a doença

A febre do chikungunya é uma doença causada por um vírus do gênero Alphavirus transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo Ae. aegypti e Ae. albopictus os principais vetores. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa "aqueles que se dobram", em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa.

A doença tem transmissão restrita a países da África e Ásia, e até então com registros de casos importados nos Estados Unidos, Canadá, Guiana Francesa, Martinica, Guadalupe e no Brasil. No final de 2013 foi registrada a transmissão da doença em vários países do Caribe.

A infecção pelo vírus chinkungunya provoca sintomas parecidos com o da dengue, como febre alta, dor de cabeça, dores articulares e dores musculares. O período de incubação da doença varia de três a sete dias.Não existe tratamento específico nem vacina disponível para prevenir a infecção por esse vírus. O tratamento sintomático é o indicado. Pode manifestar-se clinicamente de três formas: aguda, subaguda e crônica. Na fase aguda, os sintomas aparecem de forma brusca e compreendem febre alta, dor de cabeça, mialgia e artralgia (predominantemente nas extremidades e nas grandes articulações). Também é frequente a ocorrência de exantema maculopapular (manchas vermelhas pelo corpo). Os sintomas costumam persistir por 7 a 10 dias, mas a dor nas articulações pode durar meses ou anos e, em certos casos, converter-se em uma dor crônica incapacitante para algumas pessoas.

Em compensação, comparado com a dengue, o novo vírus mata com menos frequência. Em idosos, quando a infecção é associada a outros problemas de saúde, ela pode até contribuir como causa de morte, porém complicações sérias são raras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No Brasil, a febre do chikungunya é uma doença de notificação imediata de acordo a Portaria MS/GM nº 2.472, de 31 de agosto de 2010. A ocorrência de casos suspeitos pode indicar um possível surto, portanto as autoridades de saúde pública mais próximas devem ser imediatamente notificadas, de acordo com as recomendações do Regulamento Sanitário Internacional.

Texto: Paula Barbosa

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