Sesma realiza ação no dia internacional de combate à violência contra a mulher

Nesta quarta-feira, 25, dia em que é celebrado o Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) realizou na Unidade de Saúde da Família (USF), no bairro da Condor, palestras de conscientização.

A Prefeitura de Belém possui uma rede de apoio, no qual, através dos diversos órgãos municipais, desenvolve ações de combate à violência contra mulheres e busca garantir os direitos das vítimas realizando encaminhamentos jurídicos, psicossociais e médico.

Em virtude a pandemia muitas mulheres ficaram em isolamento social nos últimos meses, ficando expostas à situação de vulnerabilidade e todos os tipos de agressões de parceiros. “Nesse período foi detectado nas unidades de saúde um aumento de mais de 50% notificações de casos de violências, principalmente a psicológica e moral. E em outros casos a violência física”, contou Maísa Gomes, coordenadora da Referência Técnica Prevenção de Violência e Acidentes da Sesma.

A coordenadora destacou ainda que a violência psicológica leva as mulheres a terem várias doenças, como doença de pele, dor de cabeça ou no corpo, onde muitas vezes não se encontra a causa. “Geralmente essas doenças são psicossomáticas. O psicológico da vítima está abalado emocionalmente levando o corpo a adoecer”, disse.

Durante a palestra o público foi orientado como identificar os tipos de violências que muitas vezes as mulheres sofrem constantemente. “Outro dia presenciei a agressão de uma vizinha, quando meu marido conseguiu fazer o agressor parar de agredi-la, ela me revelou que há 35 anos passa por essa situação com o marido e já está costumada. Ainda me pediu para que eu não denunciasse o marido dela. Mas agora já sei todos os caminhos onde eu posso pedir ajuda e da próxima vez não vou ficar calada”, revelou Silvia Aguiar, de 48 anos, moradora do bairro da Condor.

Já para Milka Carvalho de 43 anos, esse momento de esclarecimento e de valorização da mulher mostrado que elas são capazes de mudar suas realidades foi muito importante para todos os participantes. “Desenvolvo um trabalho em uma igreja e pretendo levar o conhecimento que adquiri aqui para as mulheres que chegam à igreja buscando ajuda, para que elas se sintam valorizadas”, contou.

De acordo com a Sesma os profissionais de saúde passam por treinamentos periódicos para que eles possam fazer a identificação dos casos de violência. “Nem todas as mulheres chegam dizendo que sofreram violências, e com o acolhimento humanizado elas se sentem seguras e tranquilas para elas verbalizem o que estão sentindo. Dependendo do tipo de violência, elas são encaminhadas para atendimento especializadas dentro da rede ou fazer a denunciar na delegacia especializada no atendimento a mulher”, explicou Ana Cristina, enfermeira da Sesma.

Nas unidades de saúde as mulheres recebem assistência de psicólogos, assistente sociais e outros profissionais de saúde que dão atenção a elas, caso elas estejam passando por um quadro de depressão, síndrome do pânico ou ansiedade, são encaminhadas para um atendimento psiquiátrico no Centro de Atenção Psicossocial (Capes). Durante o atendimento nas US também é possível detectar as questões sociais da paciente. Caso elas precisarem ser incorporadas em algum programa social do governo são orientadas a procurar o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) ou o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), para que elas sejam inseridas no cad único tendo acesso a todos benefícios que possam ter direito.

Entre os órgãos municipais está a Coordenadoria da Mulher de Belém (Combel) que disponibiliza canais de comunicação, onde as mulheres recebem informações de como devem proceder em situação de agressão. As vítimas podem acionar o Disque Denúncia 180 da Central de Atendimento à Mulher ou a Combel pelo número (91) 98896-1453, que funciona de segunda a sexta-feira, de 8h às 18h.

Outro serviço municipal para o atendimento às vítimas de violência doméstica é o Projeto “SOS Mulher”, que por meio de um sistema da Guarda Municipal de Belém (GMB), acelera os pedidos de socorro de mulheres que estão sob medidas protetivas.

Texto: Amanda Cardoso

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