Sesma reforça alerta para que casos suspeitos de dengue sejam notificados

A ocorrência de viroses nesta época do ano, em que as chuvas se intensificam, já é esperada pelos serviços de saúde. A dengue também é considerada uma virose. Trata-se de uma doença infecciosa aguda viral que pode se apresentar de forma benigna ou grave. A proximidade de sintomas da dengue com os de outras viroses pode influenciar no diagnóstico imediato da doença.

De acordo com a nova classificação do Ministério da Saúde, a dengue está dividida em três tipos, conforme a evolução do agravo: Dengue, Dengue com Sinais de Alarme e Dengue Grave. Segundo a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (Devs/Sesma), Orliuda Bezerra, em casos de febre alta de início súbito, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, perda de apetite, náuseas e vômitos, é muito importante buscar imediatamente ajuda médica.

“E os profissionais de saúde têm que suspeitar e notificar os casos o mais precocemente possível para que seja feito o manejo clínico adequado dos pacientes com suspeita de dengue e se possa evitar a ocorrência de óbitos pela doença”, explica.

A automedicação também deve ser evitada. “Não se deve ingerir analgésicos e antitérmicos, em especial o ácido acetilsalicílico (AAS) e seus derivados sem a orientação do profissional de saúde”, destaca a diretora, que ressalta também que a dengue possui quatro tipos de vírus, que a cada ocorrência, imuniza a pessoa para aquele tipo. “Isso quer dizer, que cada pessoa pode pegar dengue até quatro vezes”, alerta.

Dentro da Sesma, a Divisão de Vigilância Epidemiológica monitora a dengue, desenvolve a investigação de todos os casos suspeitos notificados, coleta amostra de sangue dos casos suspeitos para realização de exame específico para o diagnóstico da dengue, busca ativa de casos suspeitos nos hospitais e prontos-socorros, realiza treinamento para os técnicos e atividades de educação em saúde, que está aliado ao trabalho de campo dos agentes de controle de endemias, que identifica e elimina possíveis focos do vetor.

Ações de controle

Para David Aurélio, coordenador da Divisão de Controle de Endemias da Sesma, o aumento de casos em 2015, quando comparados a 2014, tem como um dos motivos o prolongamento do período chuvoso, o que favorece a formação de criadouros. “É fundamental que cada um observe em sua residência possíveis depósitos, como vasos, frascos com água, recipiente de degelo (atrás da geladeira), bebedouros, fontes ornamentais e aquários sem peixes larvófagos (que se alimentam de larvas), lixo, vasilhas plásticas e/ou descartáveis, garrafas, latas, sucatas e ferro velho. A inspeção rotineira dos domicílios se faz importante para identificar novos possíveis criadouros e reforçar as medidas preventivas no combate ao mosquito Aedes aegypt. A população é nossa principal parceira nesta luta”, destaca David.

Os bairros com maior ocorrência de dengue em 2015 são Sacramenta, Pedreira, Guamá, Tapanã, Mangueirão e Barreiro. Nessas áreas, a Secretaria está intervindo com as ações de pesquisa larvária, que é a eliminação e contenção de criadouros e focos, e aplicação de inseticida através do controle químico, que consiste na eliminação das formas adultas do mosquito, tanto com o “fumacê”, quanto com a aplicação do inseticida dentro dos domicílios.

Nas ações, o trabalho é integrado com as Secretarias Municipais de Meio Ambiente (Semma), de Urbanismo (Seurb), de Saneamento (Sesan) e da Coordenadoria de Desenvolvimento Municipal (Codem), para o desenvolvimento de um trabalho integrado em prol da redução dos casos de dengue.

A Sesma também está chamando 653 aprovados e cadastro de reserva no Processo Seletivo Simplificado nº 001/2011 – Sesma/PMB para o cargo de Agente de Controle de Endemias, que irão atuar também no combate à dengue, principalmente na identificação e eliminação de focos do mosquito.

Casos – Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), até o dia 16 de abril de 2015, Belém teve 724 casos suspeitos de dengue notificados, destes 306 foram confirmados e 260 casos foram descartados. O restante ainda aguarda resultado.

Para Orliuda Bezerra, os números representam um alerta para que a população colabore com a eliminação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue e da chikungunya, bem como para intensificações no trabalho já realizado pela Sesma ao longo do ano.

Em 2015, a Sesma já registrou dois óbitos por dengue grave em Belém. As vítimas foram uma criança, 6 anos, e uma idosa de 70 anos, que faleceram em um hospitais da rede privada. “A partir do conhecimento dos casos, a Vigilância Epidemiológica de Belém iniciou a investigação dos casos e aplicou todas as medidas de controle recomendadas pelo Ministério da Saúde”, diz Orliuda.

Orientações, presença em abundância de mosquitos ou caso suspeitos de dengue e chikungunya, a população deve ligar para o Disque Endemias, no telefone 3344-2466. Durante o contato com o atendente, o denunciante deve informar o endereço, com o perímetro correto, a fim de que uma equipe de controle de endemias seja encaminhada para o local.

Texto: Paula Barbosa

Compartilhe: 

Veja também

Pesquisar