“Criei meus cinco filhos com o que ganho da agricultura familiar. As crianças ficavam debaixo da minha saia enquanto eu cuidava da horta. Saio de bicicleta vendendo as mercadorias nas pousadas e para os amigos. Espero muito pelo incentivo e orientações da Prefeitura de Belém”. O desabafo é de Sônia Amélia Carvalho, que cultiva açaí, mandioca e verduras variadas na ilha de Cotijuba.
Sônia faz parte do grupo com quem a Secretaria Municipal de Economia (Secon), ao longo de todo este mês de agosto, realiza uma série de rodas de conversa com os (as) agricultores e produtores familiares de Cotijuba. Os encontros acontecem na sede do Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém (Mmibb), com a participação dos técnicos do Departamento de Apoio à Produção da Secon e representantes dos produtores de horticultura e piscicultura da ilha.
“Viemos conhecer de perto a realidade e os anseios dessas trabalhadoras e trabalhadores, para proporcionar incentivos que sejam úteis ao desenvolvimento econômico”, informou o secretário Municipal de Economia, Apolônio Brasileiro. Segundo ele, entre as propostas discutidas estão o estímulo ao fortalecimento das associações dos diversos setores, para ser pensado o desenvolvimento econômico da ilha, e a capacitação técnica para que seja aprimorada e impulsionada de forma efetiva a produção.
Um dos resultados dos encontros é a realização dos cursos que serão ofertados, neste primeiro momento, aos produtores de Cotijuba: o de piscicultura, que é a criação de peixes; de meliponicultura, criação racional de abelhas sem ferrão; e o de horticultura. A previsão é que a partir de setembro iniciem as capacitações e os assessoramentos técnicos aos agricultores.
“Estamos começando uma nova era aqui em Cotijuba, pois todo (a) profissional precisa de ensinamentos. Na agricultura familiar não é diferente e com a oferta de cursos a Secon ajudará bastante os produtores (as), sobretudo, nesse momento difícil da pandemia”, comentou o presidente da Cooperativa dos Produtores Agrícolas de Belém (Copabel), Francisco Rodrigues de Souza, que representa 120 famílias de agricultores que atuam em Cotijuba.
Texto: Roberta Corrêa