Treinamento qualifica profissionais no combate à tuberculose

Profissionais da Fundação Papa João XXIII (Funpapa) que atuam no acompanhamento de famílias em vulnerabilidade social ou que trabalham em casas de acolhimento com pessoas em situação de rua, participam até esta terça-feira, 15, de uma qualificação em saúde para combate à tuberculose. O treinamento faz parte de um projeto desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) chamado “Rede Integrada em Assistência Social e Assistência Saúde” que visa preparar técnicos e educadores sociais para identificar casos suspeitos da doença, fazer o encaminhamento à Unidade de Saúde e fazer o acompanhamento do tratamento, em parceria com os profissionais da saúde.

Durante a qualificação a coordenadora municipal de Referência Técnica de Tuberculose e Hanseníase da Secretaria Municipal de Saúde, Carlene Castro, destacou a necessidade de preparar os agentes municipais para lidar com a doença e saber dar o encaminhamento necessário. “O projeto tem o diferencial de capacitar na identificação, encaminhamento e acompanhamento durante todo tratamento evitando o abandono que pode levar a formas graves da doença”, enfatizou Carlene Castro. O Tratamento Diretamente Observado (TDO) é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e visa melhorar a qualidade do controle da doença.

A assistente social Dayane Queiroz recebeu as orientações da Sesma e destacou a importância da qualificação. “Eu tinha um conhecimento superficial sobre a doença e agora vejo o quanto é importante no sentido de esclarecimento e também a relevância da contribuição da assistência social”, comentou, enfatizando o modelo das redes de saúde e assistência social monitoradas pelo município para o fortalecimento das ações no combate à tuberculose.

Dados da Secretaria Municipal de Saúde revelam que no ano de 2013 foram registrados 1.383 novos casos de tuberculose na cidade. Especialistas ressaltam que a doença tem cura, mas a pessoa precisa seguir o tratamento corretamente até o fim. O abandono acaba fazendo com que a tuberculose se torne resistente aos medicamentos. Em 2013, a taxa de abandono de tratamento foi de 11%.

Doença e sintomas

A tuberculose é transmitida pelo o bacilo de Koch. O bacilo é transmitido nas gotículas eliminadas pela respiração, por espirros e pela tosse. Para que a infecção ocorra, é necessário que ele chegue aos alvéolos. Se não alcançar os pulmões, nada acontece. A partir dos alvéolos, porém, pode invadir a corrente linfática e alcançar os gânglios (linfonodos), órgãos de defesa do organismo.

A doença evolui quando a pessoa não consegue bloquear o bacilo. O pulmão reage a essa inflamação produzindo muco e surge tosse produtiva. Na tuberculose pulmonar, é frequente a presença de tosse com eliminação de catarro, muco e sangue porque o bacilo destrói a estrutura alveolar e vasos sanguíneos podem romper-se. Além dos pulmões, a doença pode acometer órgãos como rins, ossos, meninges, etc.

Tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço, dor no peito, falta de apetite e emagrecimento são os principais sintomas da tuberculose. Nos casos mais avançados, pode aparecer escarro com sangue.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico leva em consideração os sintomas e é confirmado pela radiografia do pulmão e análise do catarro. Ajudam a confirmar o diagnóstico o teste de Mantoux, que consiste na aplicação de tuberculina (extraída da própria bactéria) debaixo da pele, a broncoscopia e a biópsia pulmonar.

O tratamento é oferecido totalmente de graça pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e tem duração de seis meses. Quando realizado sem interrupções, o paciente é curado e deixa de transmitir a doença logo nas primeiras semanas.

A programação segue até terça-feira, 15, a partir das 08h, no auditório da Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop) localizado na Trav. do Chaco, entre Trav. Rômulo Maiorana e Av. Almirante Barroso, no bairro do Marco.

Texto: Denise Soares

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