Pioneira na criação de um posto de coleta de leite materno municipal, a Unidade Municipal de Saúde (UMS) do Benguí II ajuda na alimentação de quase 200 bebês internados na Santa Casa de Misericórdia do Pará. A Unidade chega a ser considerada uma “casa” por quem a frequenta e utiliza os serviços de atenção básica com que atende, em média, 700 pessoas por dia.

Na manhã desta segunda-feira, 23, uma equipe de nutricionistas da Santa Casa esteve na UMS Benguí II para promover a conscientização e cadastrar mães que pretendem doar leite materno para os bebês internados na Santa Casa. A ação faz parte da Semana Estadual de Doação de Leite Materno, que está sendo realizada desde o dia 19, e segue até a próxima quarta-feira, 25, com a parceria do projeto Bombeiros da Vida, do Corpo de Bombeiros Militar.

“Esta unidade municipal é um dos principais locais de coleta do leite materno, por isso viemos promover esta ação aqui, visando incentivar as mães que produzem leite com quantidade superior à necessidade de seu filho, a doar, já que em muitos casos elas não têm um destino para esta ‘sobra’,”, explicou a nutricionista da Santa Casa, Vanda Heloiza Soares.

O projeto Bombeiros da Vida tem 229 mães cadastradas que fazem a doação semanalmente, podendo coletar o leite até oito dias. Após isso o Corpo de Bombeiros vai até a residência recolher o material armazenado. O coordenador do projeto, subtenente Marcio Souza, afirmou que no último mês foram coletados pouco mais de 227 litros de leite. “Nosso objetivo, para suprir a necessidade, é ter aproximadamente uma média de 500 a 600 doadoras, coletando acima de 80 ml cada”, explicou.

Durante a mobilização, a dona de casa Érika Simone Reis, de 26 anos, que reside no Benguí, visivelmente emocionada, pediu para se cadastrar no projeto. “Quando penso naquelas crianças que nascem tão fracas e não têm o mesmo privilégio da minha filha, de poder mamar na mãe, meu coração aperta. Sei o quanto o leite materno é importante para que elas cresçam saudáveis e tenham um melhor desenvolvimento, por isso eu quero aderir ao programa e poder fazer o bem para dezenas de outros bebês”, afirmou Érika, que é mãe da Rebeka Elohah, de apenas cinco meses.

Acolhimento

Quem mora no bairro e usufrui dos serviços da Unidade, garante que a sensação é sempre a mesma: “O cuidado e atenção que temos em casa”, como afirmou a auxiliar de cozinha, Soanny Oliveira, de 27 anos, que foi até a Unidade nesta manhã para atendimento clínico pediátrico com o filho, Saymon, de apenas dois meses.

“Venho aqui para meu filho ser consultado, mas além disso me sinto muito bem acolhida, vejo que as pessoas que trabalham aqui são próximas dos pacientes e isso é muito bom para quem necessita do serviço público. E hoje, vou aproveitar para me cadastrar e doar leite também”, declarou Soanny.

Além do trabalho feito para coleta de leite, a Unidade do Benguí II realiza ações com crianças de 0 a 12 anos de idade, oferecendo vacinas, testes do pezinho e orelhinha, acompanhamento odontopediátrico e controle de crescimento e desenvolvimento.

Porém, não são apenas as crianças que recebem a atenção da Unidade. Os adultos, principalmente os idosos, têm assistência por meio de consultas e programas de acompanhamento.Cerca de três mil idosos são beneficiados por meio de programas que buscam o melhor desempenho e qualidade de vida.

Com o apoio de 63 funcionários a UMS funciona semanalmente em dois períodos (manhã e tarde), e conta com o trabalho de psicólogos, terapeutas ocupacionais e pediatras, além de médicos clínicos gerais e odontólogos. “Nós temos uma equipe completa, sempre disposta a ajudar o próximo. Nosso relacionamento com os pacientes é tão próximo, que chega a ser uma relação quase familiar”, disse a assistente administrativa Euflalete Sá, se referindo ao empenho da comunidade em manter o local sempre bem cuidado.

A Unidade Municipal de Saúde do Benguí II conta,ainda, com o apoio de uma farmácia e um laboratório que oferece cerca de 80 a 100 atendimentos para exames diários.

Texto: Karla Pereira